Eleições municipais

Nas mãos do eleitor, o futuro das cidades

São Paulo e Belo Horizonte têm três candidatos disputando vaga no segundo turno. No Rio, o prefeito Eduardo Paes pode vencer no primeiro turno. Os campeões de votos devem vir do Norte e do Nordeste.

O prefeito Ricardo Nunes fechou a campanha com caminhada na Zona Leste de SP: risco de ficar fora do segundo turno
 -  (crédito: Felipe Rau/ESTADÃO CONTEÚDO)
O prefeito Ricardo Nunes fechou a campanha com caminhada na Zona Leste de SP: risco de ficar fora do segundo turno - (crédito: Felipe Rau/ESTADÃO CONTEÚDO)

Hoje, o eleitor brasileiro volta a exercer um dos direitos mais fundamentais da democracia: o voto. As eleições municipais vão definir os nomes dos prefeitos e vereadores que irão comandar as mais de 5 mil cidades nos próximos quatro anos. A atenção se volta, em especial, para São Paulo, a maior cidade do Brasil e da América Latina, com mais de 11 milhões de pessoas. Para além do peso demográfico, a capital paulista assistiu a um dos seus período eleitorais mais tensos. As campanhas renderam cenas de violência física e verbal, acusações e, em um último momento,até suspeita de falsificação de documentos.

 

O laudo psiquiátrico que atribuía ao candidato do PSol, Guilherme Boulos, um surto psicótico por uso de drogas, foi divulgado por Pablo Marçal (PRTB) em suas redes sociais secundárias — uma vez que o perfil oficial está bloqueado por decisão judicial desde agosto —, na noite de sexta-feira. A publicação, excluída duas horas depois, gerou repercussão que dominou o noticiário político de ontem. Uma nova decisão judicial determinou a suspensão dos demais perfis usados pelo influenciador e a exclusão das postagens que replicam o atestado médico.

O excesso de polêmicas e a escassez de propostas na maioria dos debates, além do comportamento dos candidatos, deixaram os eleitores divididos. Pesquisa do Datafolha, divulgada no fim da tarde de ontem, aponta empate triplo entre o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o ex-coach Pablo Marçal, ambos com 26%, e, na margem de erro, com Guilherme Boulos, que subiu nas intenções de voto e alcançou 29%na preferência do eleitor.

A disputa sem favoritos entre três ou mais candidatos também deve se repetir em outras capitais. Em Belo Horizonte, o Datafolha aponta para uma disputa apertada entre deputado estadual Bruno Engler (PL), com 26%, o atual prefeito, Fuad Noman (PSD), com 25%, e o apresentador de TV Mauro Tramonte, com 23%. Em Vitória, o deputado estadual João Coser (PT)é o único petista que se destaca entre as capitais da região e, ainda assim, corre o risco de ver o atual prefeito, Lorenzo Pazolini, (Republicanos) se reeleger. O Datafolha aponta 50% de intenções de voto para o incumbente, contra 22% do petista, e 23% do tucano Luiz Paulo Vellozo Lucas.

No Rio de Janeiro, o prefeito Eduardo Paes (PSD) está perto de garantir, com 60% da preferência do eleitorado, segundo a última pesquisa do instituto paulista, mais quatro anos de mandato. O bolsonarista Alexandre Ramagem (PL) vem em segundo, com 29%.

Dos 29 partidos brasileiros,18 estão na disputa pelas capitais brasileiras, considerando os três candidatos mais bem posicionados nas últimas pesquisas.Dos 78 candidatos, 13 são filiados ao União Brasil — sigla com mais nomes competitivos nesta eleição —, com grande presença no Norte e no Nordeste. Em seguida, está o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro, com 10 candidatos, mas sem representantes nas capitais do Sul.

A esquerda se destaca com oito nomes do PT, sete do PSB,cinco do PSol e dois do PDT. O Nordeste, decisivo na eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é a região em que o PT teve melhor desempenho na campanha, com quatro candidatos com chances reais de chegar ao segundo turno,em Natal, Fortaleza, Teresina e João Pessoa.

Nas capitais, os campeões de voto, segundo as últimas pesquisas, devem ser os prefeitos de Macapá, Doutor Furlan (MDB), com 86% (na pesquisa Genial/Quaest); de Recife, João Campos (PSB), com 80% das intenções de voto na contagem do Datafolha; e de Maceió, João Henrique Caldas (PL), conhecido como JHC, com 77% das intenções de voto (na pesquisa Genial/Quaest).

 

 

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postado em 06/10/2024 03:55
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