Hoje, o eleitor brasileiro volta a exercer um dos direitos mais fundamentais da democracia: o voto. As eleições municipais vão definir os nomes dos prefeitos e vereadores que irão comandar as mais de 5 mil cidades nos próximos quatro anos. A atenção se volta, em especial, para São Paulo, a maior cidade do Brasil e da América Latina, com mais de 11 milhões de pessoas. Para além do peso demográfico, a capital paulista assistiu a um dos seus período eleitorais mais tensos. As campanhas renderam cenas de violência física e verbal, acusações e, em um último momento,até suspeita de falsificação de documentos.
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O laudo psiquiátrico que atribuía ao candidato do PSol, Guilherme Boulos, um surto psicótico por uso de drogas, foi divulgado por Pablo Marçal (PRTB) em suas redes sociais secundárias — uma vez que o perfil oficial está bloqueado por decisão judicial desde agosto —, na noite de sexta-feira. A publicação, excluída duas horas depois, gerou repercussão que dominou o noticiário político de ontem. Uma nova decisão judicial determinou a suspensão dos demais perfis usados pelo influenciador e a exclusão das postagens que replicam o atestado médico.
O excesso de polêmicas e a escassez de propostas na maioria dos debates, além do comportamento dos candidatos, deixaram os eleitores divididos. Pesquisa do Datafolha, divulgada no fim da tarde de ontem, aponta empate triplo entre o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o ex-coach Pablo Marçal, ambos com 26%, e, na margem de erro, com Guilherme Boulos, que subiu nas intenções de voto e alcançou 29%na preferência do eleitor.
A disputa sem favoritos entre três ou mais candidatos também deve se repetir em outras capitais. Em Belo Horizonte, o Datafolha aponta para uma disputa apertada entre deputado estadual Bruno Engler (PL), com 26%, o atual prefeito, Fuad Noman (PSD), com 25%, e o apresentador de TV Mauro Tramonte, com 23%. Em Vitória, o deputado estadual João Coser (PT)é o único petista que se destaca entre as capitais da região e, ainda assim, corre o risco de ver o atual prefeito, Lorenzo Pazolini, (Republicanos) se reeleger. O Datafolha aponta 50% de intenções de voto para o incumbente, contra 22% do petista, e 23% do tucano Luiz Paulo Vellozo Lucas.
No Rio de Janeiro, o prefeito Eduardo Paes (PSD) está perto de garantir, com 60% da preferência do eleitorado, segundo a última pesquisa do instituto paulista, mais quatro anos de mandato. O bolsonarista Alexandre Ramagem (PL) vem em segundo, com 29%.
Dos 29 partidos brasileiros,18 estão na disputa pelas capitais brasileiras, considerando os três candidatos mais bem posicionados nas últimas pesquisas.Dos 78 candidatos, 13 são filiados ao União Brasil — sigla com mais nomes competitivos nesta eleição —, com grande presença no Norte e no Nordeste. Em seguida, está o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro, com 10 candidatos, mas sem representantes nas capitais do Sul.
A esquerda se destaca com oito nomes do PT, sete do PSB,cinco do PSol e dois do PDT. O Nordeste, decisivo na eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é a região em que o PT teve melhor desempenho na campanha, com quatro candidatos com chances reais de chegar ao segundo turno,em Natal, Fortaleza, Teresina e João Pessoa.
Nas capitais, os campeões de voto, segundo as últimas pesquisas, devem ser os prefeitos de Macapá, Doutor Furlan (MDB), com 86% (na pesquisa Genial/Quaest); de Recife, João Campos (PSB), com 80% das intenções de voto na contagem do Datafolha; e de Maceió, João Henrique Caldas (PL), conhecido como JHC, com 77% das intenções de voto (na pesquisa Genial/Quaest).
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