A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, foi nomeada uma das 100 lideranças mais importantes no mundo atualmente, de acordo com a revista norte-americana Time. Ela foi a única brasileira a compor a restrita lista de “estrelas em ascensão”. A "Time 100 Next" é composta por ativistas, artistas e personalidades capazes de influenciar os rumos do mundo.
O critério de seleção, segundo a própria publicação, se dá pela busca por “indivíduos que não esperam muito tempo na vida para causar impacto social”. A lista é composta, em sua maioria, por líderes negros e mulheres.
"Enquanto ministra, mas também enquanto mulher, mãe, filha resisto na missão de termos um Brasil e um mundo mais justo e igualitário para todas as pessoas", escreveu Anielle em suas redes sociais ao agradecer o reconhecimento.
Estampando a capa da edição brasileira da revista, Anielle teve seu perfil escrito pela ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara. “Para muitos no Brasil, incluindo eu mesma, Anielle Franco é um farol de esperança e resiliência”, escreveu Guajajara.
Nas redes sociais, a irmã de Marielle Franco citou um dos trechos de Guajajara na revista e também a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, lembrando que ela foi nomeada em abril deste ano, também pela Time, na lista das 100 pessoas mais influentes do mundo.
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Esta quarta-feira (2/10) é um dia importante para a ministra da Igualdade Racial. Anielle representou hoje uma outra lista, desta vez de mulheres que teriam sofrido assédio sexual cometido pelo ex-ministro dos Direitos Humanos e Cidadania Silvio Almeida. Pela manhã, ela foi à sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, para prestar depoimento sobre as acusações de importunação sexual. As outras vítimas estão com identidade sob sigilo.
As lutas travadas por Anielle Franco são antigas. Sua irmã, a socióloga, ativista e política brasileira Marielle Franco, foi vítima de crime político em 2018. Segundo as investigações da PF, ela foi assassinada por atrapalhar os interesses de milícias da capital fluminense. As duas, nascidas e criadas no Complexo da Maré, aglomerado de favelas localizadas no bairro da Maré, na cidade do Rio, advogavam pelos direitos humanos, em especial das mulheres, de pessoas negras, LGBTQIA+ e periféricas. Única a representar o Brasil no "Time 100 Next", Anielle segue fiel ao legado e às pautas políticas da irmã, tendo sido anunciada ministra da Igualdade Racial em dezembro de 2022.
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