Decolou na madrugada desta quarta-feira (2/10) o primeiro voo da Força Aérea Brasileira (FAB) que fará a repatriação de brasileiros que estão no Líbano.
O avião KC30 decolou da Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro às 00h47 e fará uma parada em Lisboa até que possa seguir para Beirute, capital do Líbano, onde fará o resgate de brasileiros. A previsão é que a viagem dure 9h20. Cerca de 230 brasileiros devem embarcar nessa primeira viagem.
A aeronave ficará na capital portuguesa à espera de um sinal verde do MRE — que trabalha para deixar aberto um corredor pelo qual seja possível fazer os resgates. A tripulação será composta, além da equipe de voo, por militares da área de saúde — médico, enfermeiro, psicólogo (saiba mais no infográfico ao lado).
A expectativa do Itamaraty é que cerca de 5 mil pessoas recebam ajuda do governo para voltar ao Brasil. O Ministro das Relações Exteriores afirmou que todos os brasileiros interessados em voltar já foram identificados e que "na medida do possível" todos serão resgatados, seguindo uma ordem de prioridade. "São todos os que manifestaram desejo, mas evidemente se dará prioridade. Às mulheres, pessoas de idade, mulheres grávidas, os que estejam doentes, crianças. Mas esse será o critério e vamos, na medida do possível, atender com rapidez a todos os brasileiros que se encontram lá" disse Mauro Vieira.
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O KC-30 deverá entrar no espaço aéreo libanês pelo norte, via Mar Mediterrâneo, para evitar a zona de guerra entre o Hezbollah e as forças israelenses. Todo o sul do país árabe está fechado desde ontem, por conta dos mísseis lançados pelo Irã sobre o território de Israel. A rota de repatriação, porém, pode ser alterada (ou mesmo temporariamente suspensa) por questões de segurança.
Uma das que estão prontas para voltar ao Brasil é Zeinab Yassine, filha de pais libaneses. Ela se mudou para o Líbano quando casou e espera, ansiosamente, pelo retorno. "A expectativa é grande. Estou contando os dias para sair dessa situação de guerra. É muito complicado ver meus filhos com medo, é algo que não quero que vivam nunca mais", disse Zeinab, mãe de Mohamad, de seis anos, e Ali, de 10.
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