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STF anula decisão que condenou cientistas por desmentirem fake news

Nutricionista divulgou vídeo afirmando que diabetes é causada por vermes, mas foi rebatido por duas cientistas. Elas foram condenadas anteriormente por danos morais

Ministro Dias Toffoli durante a Sessão Plenária realizada em 20 de junho de 2024 -  (crédito: Andressa Anholete/STF)
Ministro Dias Toffoli durante a Sessão Plenária realizada em 20 de junho de 2024 - (crédito: Andressa Anholete/STF)

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu uma decisão da Justiça de São Paulo que determinou a retirada de trechos de um vídeo em que a bióloga Ana Bonassa e a farmacêutica Laura Marise de Freitas desmentiam fake news sobre as causas da diabetes. Segundo o magistrado, não há justificativa para afastar o direito à informação e à expressão científica.

A retirada do conteúdo da internet havia sido determinada numa ação movida por um nutricionista que afirmava, nas redes sociais, que a diabetes seria causada por vermes e recomendava “protocolos de desparasitação” como tratamento. As cientistas, então, desmentiram a informação, mas foram condenadas por danos morais pela Justiça de SP. 

O nutricionista obteve a exclusão permanente de suas informações do vídeo e a indenização por uso de sua imagem. Ana Bonassa e Laura Marise de Freitas deveriam pagar R$ 100 por dia de descumprimento, além do pagamento de R$ 1 mil por danos morais. 

No STF, Toffoli anulou a decisão da Justiça de SP. Ele destacou que toda informação falsa deve ser denunciada. 

"No vídeo questionado, tem-se manifestação de pensamento crítico à atuação de perfil público e de teorização fundada tanto em fatos como em dados científicos acerca da diabetes, bem como afirmação veemente de que 'diabetes não é causada por verme' e que essa desinformação é utilizada para vender um produto denominado 'protocolo de desparasitação' e, portanto, deve ser denunciada", escreveu o ministro.

* Com informações da assessoria de imprensa do STF 




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postado em 01/10/2024 19:39
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