CIDADE DO MÉXICO

Lula volta a condenar ataques de Israel no Oriente Médio: 'chacina'

O presidente afirmou nesta segunda (30/9) que apenas os líderes mortos de grupos terroristas são divulgados, mas não os inocentes atingidos nos ataques

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a condenar nesta segunda-feira (30/9) os ataques de Israel no Oriente Médio, à Faixa de Gaza, ao Líbano e ao Iêmen. Segundo o presidente, Israel promove uma "matança desnecessária" de pessoas que não conseguem se defender.

Ele afirmou ainda que apenas os líderes de grupos extremistas mortos são divulgados, mas não os inocentes atingidos nos ataques israelenses, em referência à morte do líder máximo do Hezbollah, Hassan Nasrallah, e outras autoridades do grupo extremista.

"É por isso que eu sou contra e condeno o que Israel está fazendo no Líbano agora, atacando e matando pessoas inocentes, porque só aparecem nos jornais os líderes que eles querem matar, mas as pessoas inocentes que morrem não aparecem", declarou Lula ao participar do Fórum Empresarial Brasil-México, realizado na Cidade do México.

"É por isso que eu sou contra a chacina na Faixa de Gaza, porque já morreram mais de 41 mil mulheres e crianças. E depois você vai ter que reconstruir o que levou séculos para ser construído", acrescentou ainda o presidente. O número citado por Lula, porém, representa o total de mortos em Gaza. Mulheres e crianças representam mais da metade dos óbitos, segundo estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU).

Escalada das tensões

O presidente voltou a disparar críticas contra o governo de Benjamin Netanyahu após a escalada no conflito. Israel já bombardeou alvos no Líbano, sede do Hezbollah, e país que reúne a maior comunidade de brasileiros no Oriente Médio, e no Iêmen, onde está baseado o grupo rebelde dos Houthis.

Há temor sobre um conflito generalizado na região após a ofensiva de Israel, e o Brasil já estuda como evacuar brasileiros que estão no Líbano. Sem citar o primeiro-ministro israelense por nome, Lula questionou a escala das ações militares desde os atentados de 7 de outubro, promovido pelo grupo extremista Hamas, baseado na Faixa de Gaza. Cerca de 1.200 israelenses foram mortos na ofensiva.

"A guerra é a prova da insanidade do ser humano. A guerra é a prova da incapacidade civilizatória de um cidadão que acha que ele pode, na explicação de que tem que se vingar de um ataque, fazer matança desnecessária com pessoas que não têm como se defender", disse ainda Lula. Em sua fala, o petista também disse ser contra a guerra entre Ucrânia e Rússia, e argumentou que o conflito só trará destruição.

Lula está no México para participar, amanhã (1º/10), da posse da nova presidente, Claudia Sheinbaum. Hoje, além do fórum empresarial, o chefe do Executivo tem reuniões com Sheinbaum e com o atual presidente, Manuel López Obrador, que está em seu último dia no cargo.

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