NOVA YORK

Lula rebate Zelensky: 'Se fosse esperto, diria que solução é diplomática'

O presidente respondeu à fala do ucraniano nas Nações Unidas, que questionou as intenções do Brasil ao apresentar uma proposta de paz junto com a China

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu nesta quarta-feira (25/9) as críticas que recebeu do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, nas Nações Unidas. Segundo o petista, se Zelensky "fosse esperto", diria que a solução para o conflito é diplomática, e não militar.

Também argumentou que a única forma de a Ucrânia se manter como um país soberano ante à invasão russa é negociar, e defendeu que a proposta apresentada pelo Brasil e pela China é apenas um chamado à diplomacia, e que Rússia e Ucrânia não são obrigados a aceitar.

"Acho que ele só disse o óbvio. Que ele tem que defender a soberania, é obrigação dele. Que ele tem que ser contra a ocupação territorial é obrigação dele. O que ele não está conseguindo fazer é a paz", respondeu Lula ao ser questionado sobre o tema em coletiva de imprensa na sede das Nações Unidas, em Nova York, logo antes de embarcar ao Brasil.

"Ele, se fosse esperto, diria que a solução é diplomática, não é militar, e isso depende da capacidade de sentar e conversar. Ouvir o contrário e tentar chegar em um acordo para que o povo ucraniano tenha sossego na vida. É isso", acrescentou o chefe do Executivo brasileiro.

Zelensky questiona intenções do Brasil

Em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, hoje, Zelensky questionou as intenções do Brasil e da China em apresentar uma proposta para a paz, que já foi considerada pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, mas é rejeitada pela Ucrânia. "Todos devem entender: vocês não vão aumentar seu poder às custas da Ucrânia", frisou.

Sobre a proposta, Lula argumentou que é apenas um chamado para a negociação, e que os dois países envolvidos na guerra não são obrigados a aceitar. Porém, deixou claro que não há saída militar para a Ucrânia.

"O que nós estamos fazendo é chamar atenção para que eles levem em consideração que somente a paz vai garantir que a Ucrânia sobreviva enquanto país soberano, e a Rússia sobreviva. Eles não precisam aceitar a proposta da China e do Brasil, porque não tem proposta. Tem uma tese de que é importante começar a conversar", argumentou o presidente brasileiro.

 

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