O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terminou o evento sobre democracia na Assembleia-Geral da ONU em Nova Iorque, realizado nesta terça-feira (24/9), falando sobre Projeto de Lei (PL) do governo federal que pretende proibir o uso de celular nas escolas.
A medida foi adiantada pelo ministro da Educação, Camilo Santana, na última sexta-feira (20/9).
"Estamos discutindo um projeto de lei em que vamos tentar não permitir celular nas salas de aula. Vai ser uma coisa difícil", declarou Lula. De acordo com ele, as crianças atualmente estão ligadas muito cedo aos aparelhos tecnológicos. "Estamos vendo mães que, quando a criança chora, ao invés de fazer um carinho, dá um celular para ela fazer outra coisa", disse.
Para Lula, a medida auxiliaria os estudantes e também conteria a disseminação de fake news e jogos de azar. "A monetização da mentira pelas redes sociais, beneficia bilionário, milionário. Num país como o Brasil, estamos vendo jogos de aposta. Brasil sempre foi contra cassino e qualquer tipo de jogo de azar e, hoje, através de um celular, o jogo está dentro da casa da família, dentro da sala. Estamos percebendo o endividamento das pessoas mais pobres tentando ganhar dinheiro", alertou o presidente.
O chefe do executivo brasileiro ainda defendeu que a regulação dos aparelhos eletrônicos e das redes sociais seja feito a nível global. "Acho que temos que fazer debate muito transparente com a sociedade, ouvir especialistas, cientistas. Mas, nós precisamos a nível universal. Não é solução só para um país, mas na ONU, G20, G7, precisamos ter uma regulação porque, de repente, temos um cidadão mais rico do mundo, que ousa desafiar a constituição de países que não concordam com ele", criticou o presidente, referindo-se a Elon Musk, que descumpriu medida judicial do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a rede social X.