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Presidente da Anape mostra preocupação com explosão das bets

Vicente Braga afirmou em entrevista ao Correio que o país enfrenta uma pandemia de vício em jogos

As casas de apostas on-line têm protagonizado, nas últimas semanas, uma intrincada trama policial envolvendo o mundo pop e sertanejo nacional. O tema foi um dos assuntos abordados por Vicente Braga, presidente da Associação Nacional dos Procuradores dos Estados e do Distrito Federal (Anape), no CB.Poder desta terça-feira (24/9). O programa é uma parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília.

Presa na Operação Integration, a influenciadora Deolane Bezerra foi solta hoje pela segunda vez. Já o cantor Gusttavo Lima, que estava foragido, teve seu pedido de prisão revogado pela Justiça. Ambos estão envolvidos em um suposto esquema de lavagem de dinheiro por meio de sites de apostas. “Sem regulamentação e sem o controle, a sociedade brasileira vai fracassar diante das bets”, afirmou Braga em entrevista aos jornalistas Vinicius Dória e Roberto Fonseca.

Assista à entrevista na íntegra

O especialista defendeu a regulamentação das bets e citou um estudo feito pelo Itaú que mostra que, em um ano, aproximadamente R$ 24 bilhões foram perdidos com apostas on-line. Segundo Vicente, a falta de educação financeira do brasileiro tem sido a principal culpada deste fator.

O presidente da Anape frisou ainda que o país enfrenta hoje uma pandemia das apostas, que muitas vezes atacam a situação financeira daqueles que têm recursos limitados para sustentar o vício em jogos. Segundo ele, em seguida virão os problemas relacionados à saúde mental e à criminalidade, influenciados diretamente pelos prejuízos advindos das bets. "Esse vício vai acabar acarretando num grande problema de saúde mental na sociedade. Isso vai ser apenas um ponto. Nós iremos avançar depois para um aumento de criminalidade também", apontou.

A partir de 1º de janeiro, somente sites de apostas que possuírem autorização e seguirem as regras estabelecidas pelo Ministério da Fazenda poderão operar no Brasil. Braga lembrou, porém, que as regras da pasta ainda não estão claras e que as casas de apostas digitais precisam de uma regulamentação mais incisiva. "As regras ainda não estão na mesa, não estão postas como devem ser”, opinou.

*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro

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