NOVA YORK

Lula alfineta Elon Musk em discurso na ONU e defende regular redes

O presidente discursou nesta terça-feira (24/9) durante a abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, e defendeu que os países tenham o direito de regulamentar seus ambientes digitais

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou, sem citar nomes, o bilionário Elon Musk durante seu discurso na 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York. Durante sua fala, nesta terça-feira (24/9), o petista defendeu que os países da América do Sul não podem se intimidar com pessoas ou plataformas digitais "que se julgam acima da lei". Disse ainda que os países devem ter a soberania de poder regulamentar o seu ambiente digital.

No discurso também defendeu a democracia e criticou "falsos patriotas e isolacionistas" no continente, argumentando que, no Brasil, movimentos contra as instituições democráticas continuarão a serem derrotados.

"O futuro de nossa região passa, sobretudo, por construir um Estado sustentável, eficiente, inclusivo e que enfrenta todas as formas de discriminação. Que não se intimida ante indivíduos, corporações ou plataformas digitais que se julgam acima da lei", declarou.

A fala ocorre depois de tensão entre o governo e o Judiciário brasileiros com Elon Musk, dono da plataforma social X. A rede foi bloqueada no país após descumprir uma série de ordens do Supremo Tribunal Federal (STF) e retirar sua representação legal do país, requisito para a operação de uma rede social.

O chefe do Executivo defendeu que os países precisam regulamentar as plataformas digitais. "A liberdade é a primeira vítima de um mundo sem regras. Elementos essenciais da soberania incluem o direito de legislar, julgar disputas e fazer cumprir as regras dentro de seu território, incluindo o ambiente digital", acrescentou.

Defesa da democracia

O presidente comentou o embate ao discursar sobre a defesa da democracia e o combate ao extremismo na América do Sul. Defendeu que não faz sentido ouvir, em um mundo globalizado, a "falsos patriotas e isolacionistas", muito menos a "experiências ultraliberais" que, segundo ele, pioraram as condições econômicas em países sul-americanos.

"No Brasil, a defesa da democracia implica ação permanente ante investidas extremistas, messiânicas e totalitárias, que espalham o ódio, a intolerância e o ressentimento. Brasileiras e brasileiros continuarão a derrotar os que tentam solapar as instituições e colocá-las a serviço de interesses reacionários", enfatizou.

A defesa da democracia e o combate aos extremismos serão tema de evento paralelo à Assembleia Geral, na parte da tarde, organizado por Lula e pelo primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez.

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