Por Maria Eduarda Lavocat — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou da abertura da Cúpula do Futuro, em Nova York, nos Estados Unidos, neste domingo (22/9). Durante discurso, Lula teve o microfone cortado ao ultrapassar o tempo máximo de cinco minutos estabelecido pelo presidente da Assembleia Geral da ONU, Philémon Yang. O limite de tempo foi previamente reforçado aos chefes de Estado e de governo.
No discurso, Lula reivindicou mais "ambição e ousadia" por parte dos líderes mundiais, afirmando que "a pandemia, os conflitos na Europa e no Oriente Médio, a corrida armamentista e as mudanças climáticas escancaram as limitações das instâncias multilaterais". O presidente também ressaltou que os chefes de Estado e de governo têm "duas grandes responsabilidades": "A primeira é nunca retroceder. Não podemos recuar na promoção da igualdade de gênero, nem na luta contra o racismo e todas as formas de discriminação", afirmou. "Nossa segunda responsabilidade comum é abrir caminhos diante dos novos riscos e oportunidades", completou.
Antes de ser interrompido, Lula chamava atenção para o fato de que "o Sul Global não está representado de forma condizente com seu atual peso político e econômico". Outras questões levantadas pelo presidente durante o discurso foram a existência de "duplos padrões" e a "omissão diante de atrocidades" por parte do Conselho de Segurança da ONU, além das questões climáticas, que, segundo ele, "caminham para se tornarem nosso maior fracasso coletivo".
Durante o evento, será assinado o Pacto pelo Futuro — documento que motivou a cúpula e que deve ser formalizado pelos países participantes neste domingo. A reunião, convocada pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, antecede a 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas. Lula chegou aos Estados Unidos no sábado (21), e na próxima terça-feira (24) será o responsável por abrir os discursos da Assembleia Geral.
Acompanhando o presidente estavam a primeira-dama, Rosângela Lula da Silva (Janja); os ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Marina Silva (Meio Ambiente); o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); além do assessor especial da Presidência, Celso Amorim.