Suplente pelo estado do Ceará, a agora deputada federal Dra. Mayra Pinheiro (PL), tomou posse na Câmara dos Deputados na segunda-feira (16/9). A médica, figura relevante no governo Bolsonaro (PL), ocupou o cargo de Secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde durante a pandemia e foi ouvida na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, onde recebeu o apelido de Capitã Cloroquina.
Com 71 mil votos nas eleições de 2022, Mayra Pinheiro não foi eleita para o Congresso, mas se elegeu para a segunda suplência. A médica assume o lugar do deputado André Fernandes (PL-CE), que é candidato à Prefeitura de Fortaleza (CE).
Na primeira semana como deputada federal, Mayra Pinheiro participou de uma votação, em que foi contrária ao Projeto de Lei 3117/24 que dispensa licitações para compras e obras durante calamidades. Na quarta-feira (19/9) Mayra Pinheiro participou da primeira sessão presencial no Plenário da Câmara em Homenagem ao Dia do Ortopedista e fez um aceno ao governador de Goiás Ronaldo Caiado ao citá-lo e homenageá-lo nominalmente. Segundo Mayra, foi Caiado que a ensinou a lutar pelos valores que defende hoje.
"Estar aqui é um sonho que surgiu na minha vida em 2013 e se estou aqui hoje e se minha história de movimento médico evoluiu até chegar a Câmara Federal foi graças ao exemplo de um ortopedista. Em 2013 eu vim aqui ao Plenário da Câmara acompanhar a votação do ato médico e um ortopedista brasileiro se tornou o símbolo de luta pela medicina de boa qualidade, pelo ensino médico, pelo trabalho médico. E eu faço uma homenagem especial aqui hoje ao senador Ronaldo Caiado, foi ele que me ensinou a lutar bravamente pelos valores que eu defendo hoje na medicina. Foi ele que esteve na minha posse em 2015 no sindicatro dos medicos e é nele que eu penso todas as vezes que eu penso em desistir dessas nossas lutas intermináveis pelo que eu já mencionei ensino médico de qualidade, a defesa do trabalho médico e a agora principoalmente nos tempos atuaus a autonomia médica eu me inspiro. Eu assumi um compromisso segunda-feira de além de defender a pátria, a Constituição, a liberdade, defender a medicina brasileira nesta Casa", declarou em discurso.
Durante atos bolsonaristas no dia 7 de setembro, a médica discursou a favor da anistia aos acusados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Tema que, aliás, deve ser uma das prioridades dela na Casa. Mayra Pinheiro também manifestou apoio pelo pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
CPI da pandemia
Secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde durante a gestão Bolsonaro, a Capitã Cloroquina, como ficou conhecida, foi investigada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da pandemia. A médica ficou conhecida como uma das apoiadoras mais engajadas na defesa do “tratamento precoce”, terapia sem eficácia comprovada contra a covid-19.
Mayra Pinheiro, assim como o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, chegaram a ser acusados e, posteriormente absolvidos, na investigação sobre a crise de abastecimento de oxigênio no Amazonas. Durante as audiências, a aliada de Bolsonaro chegou a confessar que o ministério ignorou recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e orientou uso do tratamento precoce em todo o país.