MEIO AMBIENTE

Brigadistas ambientais exigem retratação após Damares culpá-los por queimadas

Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente rebateu falas da senadora sobre os profissionais estarem ateando fogo propositalmente

A Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema Nacional) publicou uma nota, nesta quinta-feira (19/9), em repúdio às declarações da senadora Damares Alves (Republicanos-DF). 

Na quarta-feira (18/9), a parlamentar acusou brigadistas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) de causarem os incêndios que assolam o país. “O Xingu está em chamas porque os brigadistas estão fazendo uso das queimas prescritas”, afirmou Damares.

"A ASCEMA Nacional repudia essas declarações, que desrespeitam os dedicados profissionais que arriscam suas vidas diariamente no combate aos incêndios florestais. As acusações feitas pela senadora não têm qualquer respaldo técnico ou científico e desconsideram as práticas legítimas e controladas, como as queimas prescritas, realizadas de forma responsável pelos brigadistas, dentro dos procedimentos estabelecidos pelo Manejo Integrado do Fogo (MIF). Esta técnica é utilizada como forma de prevenir incêndios e jamais seria aplicada em um período inadequado, como a seca extrema", respondeu a associação. 

"O MIF é aplicado nos períodos de maior umidade, início da seca e após as primeiras chuvas como medida mitigatória. No combate de incêndios criminosos,técnicas como o contra fogo são utilizadas por profissionais qualificados para este combate. Por vezes, os servidores enfrentam a distorção das informações, feitas propositalmente para criminalizar profissionais que arriscam sua vida para salvar avida de animais, plantas e de toda a população afetada", continua o texto.

A associação ainda afirma que "tomará as medidas cabíveis" e fará uma notificação extrajudicial para que a senadora faça uma retratação pública. "É inadmissível que profissionais dedicados ao bem-estar ambiental sejam atacados com acusações levianas enquanto desempenham suas funções", diz nota. 

A entidade finaliza o texto relembrando que a Polícia Civil e a Polícia Federal estão investigando as queimadas.

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