A candidata à prefeitura de São Paulo, Tabata Amaral (PSB), representante de uma minoria feminina que disputa o cargo na maior cidade da América Latina – Tabata e Marina Helena (Novo) são as únicas mulheres entre os 10 candidatos ao posto – sofreu ataques do candidato pelo PRTB, Pablo Marçal, durante debate nesta segunda-feira (30/9) organizado pelo Uol.
“Se mulher votasse em mulher, você ganharia em primeiro turno. A mulher não vota em mulher, ela é inteligente. Ela tem sabedoria, ela é experiente. Ela olha para você e te vê sempre nesse embate, ela não vai votar em você. Assim como pobre não vota em pobre. Negro não votaria em negro.”
Anteriormente, Marçal já havia feito comentários sobre a inteligência e religiosidade da candidata do PSD. “Eu sou cristão, a Tabata não é. Ela não fala como cristão, não perdoa como cristão”, afirmou. Depois, ele quis ‘avaliar’ perfil psicológico da candidata, repetindo um argumento que tem utilizado nos seus discursos para conquistar o público feminino: “Avaliando o perfil psicológico da Tabata, ela é a mais inteligente aqui. As mulheres são guerreiras”.
“O esforço da Tabata é para parecer sábia. Ela é a mais inteligente, mas a sabedoria dela é a mais baixa. Por quê? A sabedoria evoca experiência. E o fato de ela ficar aqui esbravejando, como se ela fosse a tia do colégio aqui entre nós, ela quer provar para você que ela não tem sabedoria”, acrescentou Marçal.
A candidata saiu em sua defesa e mencionou a rejeição de Marçal entre o público feminino.
“Eu vi uma notícia hoje cedo que o Marçal foi recebido na periferia com protesto de cadeiras. Ontem, durante minha campanha, uma mulher veio para a sacada com uma cadeira na mão para declarar apoio a mim e para dizer que rejeitava esse candidato. Eu não sou a favor de violência, mas eu trago isso porque a única coisa que disparou nesta eleição foi a rejeição de Pablo Marçal. Adivinha entre quem? Entre mulheres, especialmente mulheres da periferia”, defendeu Tabata.
A candidata do PSD declarou que vai trabalhar para “as mulheres não serem vítimas de feminicídio nem de assédio, nem de roubo de celular”. “Vocês sabem que a gente é sempre subestimada. Desde que me entendo por gente, dizem que eu não consigo, que eu não dou conta, que não é para mim. A barra para a gente é muito mais alta”, afirmou. Os outros dois candidatos presentes, Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB), que já tiveram a palavra para debater com o ex-coach, não receberam o mesmo tratamento.
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