CB.Poder

Violência política deveria ser entendida como abuso de poder, diz procurador

Ainda segundo o presidente da Associação Nacional dos Procuradores dos Estados e do Distrito Federal (Anape), Vicente Braga, a internet influencia o "caos" vivido nas políticas nacional e internacional

Vicente Braga:
Vicente Braga: "Violência política não pode ser estratégia para conquista de voto" - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

A menos de duas semanas para as eleições municipais, o país sofre com episódios de agressão explícita em debates políticos, como o ocorrido, ontem (23), na sabatina do Flow Podcast com os candidatos à Prefeitura de São Paulo. Na ocasião, Pablo Marçal (PRTB) foi retirado do debate e o seu assessor deu um soco no marqueteiro de Ricardo Nunes (MDB). Vicente Braga, presidente da Associação Nacional dos Procuradores dos Estados e do Distrito Federal (Anape), falou sobre o assunto no CB.Poder desta terça-feira (24/9). O programa é uma parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília.

Para o procurador, o “caos” na política não se resume a São Paulo, mas é um fenômeno que está acontecendo em todo o país e que utiliza recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha para arrecadar visualizações. “A violência política não pode ser estratégia para conquista de voto. A partir do momento em que se utiliza recurso público para atacar candidatos opositores, para cometer violência com fake news, isso deveria ser entendido pela Justiça Eleitoral como abuso de poder”, destacou.

Assista à entrevista na íntegra

Durante a entrevista ao Correio, Braga também apontou similaridades no uso da internet para ganho político no Brasil de hoje com a Itália de 2009. E comparou as campanhas para as eleições municipais deste ano no país com o surgimento do autodefinido “não partido” italiano Movimento 5 Estrelas. À época, Beppe Grillo, comediante e fundador dessa legenda, fez uso da internet e da disseminação de conteúdos para públicos selecionados para alcançar “postos de poder”.

X (antigo Twitter)

Perguntado sobre a situação do X (antigo Twitter) no Brasil, o presidente da Anape foi taxativo e disse que a plataforma “deve se submeter à legislação brasileira vigente”. “Tem que ter um representante legal no país. Se não cumprir com esses requisitos, pode ser quem for, não pode operar”, frisou.

O bilionário Elon Musk, acionista majoritário da rede social, nomeou dois novos representantes da empresa no Brasil. O empresário começou a acatar as ordens judiciais do Supremo Tribunal Federal (STF) desde a última quarta-feira (18), quando bloqueou contas com determinação de suspensão.

*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro

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postado em 24/09/2024 17:54
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