O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou, em discurso nas Nações Unidas nesta terça-feira (24/9), que seu governo não terceiriza a responsabilidade pelas queimadas que atingem o país, e não abdica de sua soberania para proteger os biomas brasileiros.
Citou ainda que o mundo enfrenta uma série de desastres causados pelas mudanças do clima, e que o mundo "está farto de acordos climáticos que não são cumpridos" e da falta de auxílio financeiro dos países desenvolvidos. O petista discursou durante a abertura da 79ª Assembleia Geral ONU.
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"O planeta já não espera para cobrar da próxima geração, e está farto de acordos climáticos que não são cumpridos. Está cansado de metas de redução de emissão de carbono negligenciadas e do auxílio financeiro que não chega", frisou.
O presidente afirmou que 2024 caminha para ser o ano mais quente da história moderna, e citou exemplos das mudanças climáticas, como desastres causados por furações no Caribe, tufões na Ásia, inundações na África e chuvas torrenciais na Europa. Também mencionou as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul no início do ano, que foram as maiores desde 1941 e mataram 182 pessoas.
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Combate ao garimpo e ao crime organizado
"A Amazônia está atravessando a maior estiagem em 45 anos, e incêndios florestais se alastraram pelo país, e já devoraram cinco milhões de hectares apenas no mês de agosto. O meu governo não terceiriza a responsabilidade nem abdica de sua soberania", destacou o presidente.
Também defendeu que seu governo vem enfrentando a questão climática, e que já reduziu o desmatamento na Amazônia em 50% desde que assumiu, com meta para acabar totalmente com o desmatamento legal e ilegal até 2030. "Além de enfrentar a crise climática, lutamos contra quem lucra com a degradação ambiental. Não transigiremos com o garimpo ilegal e com o crime organizado", garantiu.
O chefe do Executivo discursou logo após o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e do presidente da sessão, o ex-primeiro-ministro de Camarões Philemon Yang. O Brasil é, tradicionalmente, o primeiro país a discursar durante o evento, que ocorre uma vez por ano.
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