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Esquerda ameaça domínio da direita em prefeituras de Goiás

Tradicionalmente governadas por políticos da direita, Goiânia e Anápolis surpreendem com perfis de esquerda à frente nas pesquisas. Na reta final para as eleições, Bolsonaristas aceleram para impedir a ascensão das esquerda

 Em Goiânia, os candidatos Sandro Mabel (União), com 24% das intenções de voto e Adriana Accorsi (PT), com 22%, estão empatados -  (crédito:  Reprodução/Facebook)
Em Goiânia, os candidatos Sandro Mabel (União), com 24% das intenções de voto e Adriana Accorsi (PT), com 22%, estão empatados - (crédito: Reprodução/Facebook)

Reduto da direita e do agro, a capital Goiânia (GO) é uma das poucas em que o PT tem maiores chances de chegar a segundo turno nas eleições municipais. Na pesquisa de intenção de votos da Quest, a deputada federal Adriana Accorsi (PT) aparece com 22%. Seu maior adversário é o empresário Sandro Mabel (União), com 24% na disputa.

Para especialistas, o resultado do pleito pode apontar para o possível cenário para a corrida presidencial de 2026.

Além de Accorsi e Mabel, também disputam Vanderlan Cardoso (PSD), com 15%, empatado com Fred Rodrigues (PL), 9%. Matheus Ribeiro (PSDB) tem 8% e Rogério Cruz (Solidariedade) aparece com 4%. Na lanterna, o candidato do Unidade Popular, Professor Pantaleão (UP) acumula 2%.

O pleito goiano colocou em lados opostos o governador Ronaldo Caiado (União) e Jair Bolsonaro (PL), dois aliados que vinham andando de mãos dadas desde 2019. Uma derrota de Caiado pode esfriar as suas pretensões à cadeira do Planalto e colocar em xeque essa dobradinha em um dos estados que mais deu votos ao ex-presidente nas eleições que disputou.

Para a esquerda, o saldo é positivo para os candidatos do PT. A ala acredita que levará as prefeituras dos maiores colégios eleitorais do estado: Goiânia e Anápolis. A presidente do Partido dos Trabalhadores Goiás, Kátia Maria, afirma que tem boas expectativas, apesar do perfil dos eleitores goianos.

"Mesmo sendo um estado em que tem um número alto de pessoas que se declaram como direita, a minha avaliação é que é um cenário muito mais positivo para nós. Lula teve 39% dos votos aqui nas eleições de 2022. Obviamente, isso não anula os desafios que a gente tem, que é de ir enfrentar o discurso da extrema direita", aponta.

Segundo ela, a influência bolsonarista ainda é grande no local. "Aqui, em Goiás, Bolsonaro vem com muita frequência, como se fosse um quinta da casa dele no período que ele ficou na Presidência da República. Mas a nossa expectativa é muito boa. Nós lideramos Anápolis, que é o terceiro maior colégio eleitoral, e estamos empatados tecnicamente em Goiânia", diz.

Na avaliação do cientista político André César, da Hold Assessoria Legislativa, o Partido dos Trabalhadores pena para conseguir garantir lugar nas eleições municipais. "O PT já teve prefeito em Goiânia, isso é muito importante. Ele quer marcar território, pois está fraco na maioria das capitais. A sigla está apostando muito da vitória de Guilherme Boulos, do PSol, em São Paulo, destaca.

Leia também: Eleições 2024: quem são os candidatos à prefeitura de Goiânia

Segundo o especialista, há uma polarização em Goiás, que deve ditar o rumo das próximas eleições. "Essas são as eleições mais importantes dos últimos tempos. Isso vai desenhar o que vai ser em 2026.", conclui.

Direita se movimenta

O bolsonarismo trabalha para impedir a vitória de Adriana. Hoje, o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participa de eventos no estado. Ele vai a Anápolis, para uma motociata que tem início às 9h, na Praça Dom Emanuel, junto com o candidato Márcio Corrêa. Ele também vai discursar no comício, marcado para as 10h30.

No período da tarde, Bolsonaro irá a uma carreata do candidato à Prefeitura de Aparecida de Goiânia, Professor Alcides (PL). O evento de campanha está marcado para partir das 15h na Avenida Anápolis, na Vila Brasília.

De lá, o ex-presidente seguirá para o Parque Vaca Brava, em Goiânia, onde participará de evento de campanha com o candidato Fred Rodrigues (PL), numa tentativa de elevar as intenções de votos no candidato da direita.

As lideranças femininas também se mobilzam. A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), a senadora Damares Alves (Republicanos), e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro compõem a caravana do ex-presidente. 

 

 

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postado em 24/09/2024 03:52
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