Em Nova York

Celso Amorim diz que ataques israelenses ao Líbano são "revoltantes"

O assessor especial da Presidência para assuntos internacionais alertou para o risco de uma guerra total no Oriente Médio, e disse que o Itamaraty já estuda a evacuação de brasileiros do Líbano

"Acho uma coisa tremendamente revoltante, vamos dizer. E perigosa, porque ali o risco de uma guerra total... Veja bem, estamos falando de um lugar que tem muitos brasileiros", disse Amorim - (crédito: Roque de Sá/Agência Senado)

Assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, o embaixador Celso Amorim chamou de "revoltante", nesta segunda-feira (23/9), o ataque aéreo de Israel ao Líbano, que já deixou centenas de mortos. Ele alertou para o risco de uma guerra total na região, e lembrou que o Líbano é o país que mais abriga brasileiros no Oriente Médio.

Amorim disse ainda que o Itamaraty já estuda formas de evacuar brasileiros que estão no país, mas avaliou que a operação vai ser difícil, já que há poucas rotas seguras.

"Acho uma coisa tremendamente revoltante, vamos dizer. E perigosa, porque ali o risco de uma guerra total... Veja bem, estamos falando de um lugar que tem muitos brasileiros. Inclusive aquelas coisas colocadas... De repente podem explodir na mão de uma criança brasileira. Muito perigoso", respondeu Amorim em Nova York quando questionado sobre o ataque israelense no Líbano. Ele acompanha a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que participa da 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas.

Ele se referiu ainda às bombas que foram implantadas em pagers e walkie-talkies do grupo extremista Hezbollah, em ataque que matou 20 e deixou cerca de 450 feridos, atribuído a Israel.

Retirada de brasileiros pode ser difícil

Amorim disse também que o Itamaraty já prepara uma forma de evacuar os brasileiros que vivem no Líbano. São 22 mil pessoas com cidadania brasileira, a maior comunidade no Oriente Médio. Ele comparou a situação com a Guerra do Líbano, também contra Israel, que eclodiu em 2006. Em sua avaliação, a retirada pode ser mais difícil agora.

"Deu muito trabalho evacuar os brasileiros (em 2006). Tenho certeza que o Itamaraty já está planejando alguma coisa nesse sentido. Tenho certeza mesmo, porque já ouvi eles dizerem. Mas a experiência é dura. Daquela vez foram três mil brasileiros, e agora as rotas são mais difíceis. A rota que ia para o norte, direto para a Turquia, hoje em dia não dá, se tornou muito perigosa", avaliou o embaixador.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

postado em 23/09/2024 18:41 / atualizado em 23/09/2024 18:47
x