O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta segunda-feira (16/9) que o país não pode tomar partido na guerra entre Ucrânia e Rússia, e que os envolvidos no conflito, que agora pedem diálogo com o Brasil, deveriam ter conversado antes de a guerra eclodir.
A fala ocorre após integrantes do governo de Volodymyr Zelensky cobrarem que Lula visite a Ucrânia, e em meio a críticas do próprio Zelensky a uma posição que considera pró-Rússia por parte do Brasil. Por outro lado, o presidente russo Vladimir Putin citou o Brasil, junto com China e Índia, como possíveis mediadores para a paz.
“Por isso, é importante o Brasil não participar da guerra da Ucrânia e da Rússia. Por isso é que é importante o Brasil dizer que nós queremos paz, nós não queremos guerra. Aqueles que querem conversar conosco agora poderiam ter conversado conosco antes de começar a guerra”, afirmou o chefe do Executivo.
A fala ocorre após uma declaração do governo ucraniano na semana passada. Integrantes da gestão de Zelensky cobraram que o petistaq faça uma visita ao país para conhecer a destruição causada pelos ataques russos. A Ucrânia acusa o Brasil de se aliar à Rússia. Porém, o governo brasileiro defende uma solução pacífica para o conflito, e já condenou a invasão russa.
Além disso, Putin declarou no início do mês, durante um fórum econômico em Vladivostok, que Brasil, China e Índia podem ser mediadores no conflito. Os quatro países foram os fundadores do Brics.
“Nós repudiamos o massacre contra mulheres e crianças na Palestina. Da mesma forma que repudiamos o terrorismo do Hamas. Mas o Brasil prima por uma coisa: nós fazemos parte de um continente que gosta de paz, e nós queremos paz”, acrescentou ainda Lula.
Formatura de novos diplomatas
O presidente discursou durante cerimônia de formatura dos novos diplomatas do Instituto Rio Branco, no Palácio do Itamaraty. A turma foi batizada de Esperança Garcia, em homenagem à primeira mulher advogada do país. O evento celebrou ainda o Dia do Diplomata e a entrega de insígnias da Ordem do Rio Branco, a maior honraria entregue pelo Itamaraty.
Também estavam presentes o chanceler Mauro Vieira, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Amaro.
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