A Polícia Federal decidiu indiciar o deputado federal André Janones (Avante-MG) por suposto envolvimento em um esquema de rachadinha. De acordo com a corporação, as investigações apontam que o parlamentar teria se apropriado de parte do salário de assessores. Janones nega as acusações.
A investigação começou após vazar um áudio em que o deputado cita a cobrança de parte do salário de seus funcionários. “Tem algumas pessoas aqui que eu ainda vou conversar em particular depois, que vão receber um pouco de salário a mais e elas vão me ajudar a pagar as contas quando a minha campanha de prefeito deu um prejuízo de R$ 675 mil, na campanha. Elas vão ganhar a mais pra isso”, diz o político na gravação.
Ex-assessores também afirmam que tinham de devolver parte das remunerações. Janones é acusado de peculato, associação criminosa e corrupção passiva. No relatório final sobre o caso, a PF afirma que o patrimônio pessoal do deputado aumentou consideravelmente. O Correio apurou que entre as provas usadas pela PF estão o uso de um cartão pessoal de um assessor e saques de R$ 1.500 feitos por outro funcionário. O primeiro, tem uma relação de amizade pessoal com o deputado.
"Os dados fiscais também não deixam dúvidas no que concerne ao exaurimento do crime de corrupção passiva. Por meio deles, a equipe investigativa se deparou com uma variação patrimonial 'a descoberto' do parlamentar, nos anos de 2019 e 2020, respectivamente de R$ 64.414,12 e R$ 86.118,06", destaca parte do relatório.
Os investigadores afirmam que Janones é o "eixo central" da organização criminosa e que foi beneficiado diretamente pelo dinheiro desviado. "O deputado federal André Janones é o eixo central em torno do qual toda a engrenagem criminosa gira. A investigação expôs a ilicitude de seus atos em todas as etapas, desde o início até o desfecho", completa o texto.
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