ASSÉDIO

O caminho de Silvio Almeida até a chefia dos Direitos Humanos

Ex-ministro do MDHC foi afastado após denúncias de assédio sexual, uma das vítimas seria a também a ministra Anielle Franco

Sem filiação partidária ou cargos políticos anteriores, Almeida chegou ao governo como um representante do meio acadêmico e participou do governo de transição no fim de 2022 -  (crédito: Divulgação)
Sem filiação partidária ou cargos políticos anteriores, Almeida chegou ao governo como um representante do meio acadêmico e participou do governo de transição no fim de 2022 - (crédito: Divulgação)

À frente do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania desde o início do governo Lula, em janeiro de 2023, o advogado Silvio Almeida foi afastado do cargo nesta sexta-feira (6/9) após denúncias de assédio sexual, uma das vítimas seria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. O final da história do filósofo no governo federal não lembra a chegada dele ao cargo — como um nome de peso consagrado pela contribuição no movimento negro.

Sem filiação partidária ou cargos políticos anteriores, Almeida chegou ao governo como um representante do meio acadêmico e participou do governo de transição no fim de 2022. Os ex-chefe do MDHC atuava também como professor universitário e é graduado em Direito e em Filosofia, com mestrado em Direito Político e Econômico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e doutorado em Filosofia e Teoria Geral do Direito pela Universidade de São Paulo. 

O ex-ministro ganhou projeção no país com o livro Racismo Estrutural, publicado em 2019. Em 2021, o advogado foi o relator da comissão de juristas criada pela Câmara dos Deputados para propor alterações na legislação de combate ao racismo estrutural e institucional no país. 

No vídeo em que nega as acusações, Almeida tentou utilizar da carreira e prestígio nos movimentos sociais para argumentar que estaria sofrendo perseguição. Segundo ele, as denúncias teriam o intuito de “apagar sua história com o seu sacrifício”.

As denúncias contra o ex-integrante do executivo federal foram confirmadas na noite de quinta-feira (5/9) pela Me Too Brasil, organização que presta apoio a mulheres vítimas de assédio sexual. Na nota, a Me Too explicou que as denunciantes autorizaram a confirmação à imprensa devido ao enfrentamento de "dificuldades em obter apoio institucional pra a validação de suas denúncias", já que o acusado seria uma figura de poder. 

 

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

postado em 06/09/2024 23:46
x