Desastre ambiental

Lula e Casagrande discutem acordo de Mariana no Planalto

O governador do Espírito Santo pediu ao presidente que a duplicação da BR-262 seja incluída no acordo de reparação após o rompimento da barragem do Fundão, em 2015

Para Casagrande, o acordo já está
Para Casagrande, o acordo já está "muito bem construído", e deve envolver um valor total em torno de R$ 100 bilhões - (crédito: Ana Rayssa/CB/D.A Press)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu nesta quarta-feira (4/9) o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, para discutir o acordo judicial sobre o desastre de Mariana, quando o rompimento de uma barragem de rejeitos matou 18 pessoas e causou um dos maiores desastres ambientais do Brasil, em 2015. Casagrande pleiteou com o petista que o acordo inclua a duplicação da BR-262, que liga a região metropolitana de Vitória a Belo Horizonte, em Minas Gerais.

Segundo o governador, Lula disse estar confiante de que o acordo pode ser fechado ainda neste ano. A disputa judicial envolve os governos federal, de Minas Gerais e do Espírito Santo, além das empresas Vale, Samarco e BHP, responsáveis pela barragem rompida.

“O presidente Lula acha que, nos próximos dias, estará fechando esse acordo. Está em contato com o atual presidente da Vale (Eduardo Bartolomeo), com o futuro presidente da Vale (Gustavo Pimenta), para que a gente feche esse acordo ainda neste ano”, declarou Casagrande a jornalistas após o encontro, no Palácio do Planalto. Também participaram o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o advogado-Geral da União (AGU), Jorge Messias.

“Eu pedi para incluir no acordo a duplicação da BR-262, que é um eixo importante para o desenvolvimento de Minas Gerais e do Espírito Santo”, reforçou ainda Casagrande. Para ele, o acordo já está “muito bem construído”, e deve envolver um valor total em torno de R$ 100 bilhões. “Para colocarmos um ponto final em um tema que está aberto desde 2015. Tem gente para ser indenizada, infraestrutura para ser recuperada, cobertura florestal para ser recuperada, saneamento básico para ser feito, e a gente depende desse acordo para dar velocidade”, acrescentou.

O rompimento da barragem causou uma enxurrada de lama que devastou municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo às margens do Rio Doce, até a lama chegar ao mar no litoral norte capixaba. O acordo de indenização que está em curso atualmente envolve a transferência de recursos para um fundo administrado pelo governo federal, que será aplicado em obras nas regiões afetadas.

Porto de Aracruz

Lula e Casagrande também conversaram sobre melhorias na infraestrutura logística do Espírito Santo, especialmente nas rodovias. E citaram a renovação antecipada da concessão para a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), que atravessa oito estados. Segundo o governador, a estrada de ferro é essencial para ligar o triângulo mineiro aos portos do Espírito Santo.

O governador convidou o chefe do Executivo a conhecer as obras no Porto de Aracruz, em construção no litoral capixaba, que contou com investimento de R$ 2,7 bilhões. “Ele, nos próximos dias, vai marcar uma visita ao Espírito Santo. Começando por Aracruz, para conhecer lá essa obra importante. Até porque lá tem a primeira ZPE (Zona de Processamento e Exportação) privada do Brasil. É uma alternativa para desafogar o Porto de Santos. Nós temos já um corredor pronto com investimento portuário e, no ano que vem, fica pronta a primeira etapa”, afirmou Casagrande.

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postado em 04/09/2024 12:26 / atualizado em 04/09/2024 12:28
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