Durante a campanha para a Prefeitura de São Paulo, o candidato Paulo Marçal (PRTB) têm pressionado o rival Guilherme Boulos (PSOL) acerca de um suposto uso de drogas — utilizando como base um processo judicial sobre posse de drogas em que o réu também se chama "Guilherme Boulos", mas não é o candidato do PSOL.
Pablo Marçal acusa o adversário de ser usuário de cocaína. Em debates e publicações nas redes sociais, o ex-coach chamou Boulos de "aspirador de pó" e fez gestos no nariz ao se referir a ele. O psolista nega a acusação e levou o caso à Justiça.
O arsenal usado pela campanha do empresário para atacar o rival consiste em uma lista de processos buscados na Justiça com as palavras-chave "Guilherme Boulos", e não o CPF do candidato. A informação é da Folha de S.Paulo.
A listagem não tem detalhamento e é formada por ações de reintegração de posse (já que Boulos é ex-líder dos sem-teto), além de uma ação acerca de "posse de drogas para consumo pessoal".
Esta última ocorreu em 2001. Porém, o réu do processo não é Guilherme Castro Boulos, candidato do Psol, mas Guilherme Bardauil Boulos, empresário que disputa uma vaga na Câmara Municipal de São Paulo pelo Solidariedade. O caso envolveu maconha, não cocaína.
"Houve esse incidente quando eu tinha 21 anos e foi um ato imprudente que ocorreu na minha juventude na época de faculdade. Mas é coisa do passado, que aconteceu há 23 anos", afirmou Bardauil Boulos à Folha.
Na segunda-feira (26/8), Marçal voltou a dizer que Boulos era "cheirador de cocaína". Ele alegou ter provas e que as mostrará ao público no último debate. "Vou provar, ninguém vai me segurar. Já foi preso portando droga, e eu vou mostrar. Está no segredo de Justiça, aguarde que eu estou resolvendo para te mostrar".
O processo em que Bardauil Boulos é réu está em segredo de Justiça, tipificado como posse de drogas para consumo pessoal. Na ação consta o nome completo do acusado, o seu número de documento, data de nascimento e nome dos pais.