O comandante-geral do Exército, general Tomás Paiva, criticou, nesta quinta-feira (22/8), os cortes orçamentários sofridos pelas Forças Armadas. A declaração ocorreu durante a celebração do Dia do Soldado, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“O espírito de perseverança e doação integral à carreira é mantido incólume mesmo sob os efeitos das restrições orçamentárias, que atingem a todos. Apesar disso, não nos descuidamos da imperiosa necessidade de mais helicópteros, de mais blindados, mais mísseis. Meios militares imprescindíveis, adquiridos de forma responsável e transparente”, discursou o general.
Não é a primeira vez que o comandante faz críticas ao Orçamento. No Dia do Exército, celebrado em 19 de abril, que também contou com a participação de Lula, Tomás Paiva pediu “previsibilidade orçamentária” e destacou a necessidade de se investir no treinamento dos militares e nos equipamentos disponíveis.
Nesta quinta-feira, o general comentou sobre as dificuldades da carreira de militar, como a necessidade de se mudar constantemente, com “pouca oportunidade de acumular patrimônio. Ele destacou a atuação das Forças Armadas nas enchentes do Rio Grande do Sul, com a Operação Taquari II, que resgatou 71 mil pessoas e 10,5 mil animais.
Alistamento para mulheres
Outro tema citado no discurso do comandante foi a participação de mulheres em funções de combate nas Forças Armadas. O Ministério da Defesa está estudando a possibilidade de que elas possam se alistar de forma voluntária aos 18 anos de idade. A expectativa é disponibilizar essa alternativa a partir do ano que vem.
“Homens e mulheres, a cada ano encaram o desafio de entrar na Força Terrestre, quer seja como militares de carreira, quer seja como temporários. Ou, ainda, prestando o serviço militar inicial, que em breve contará também com a presença feminina”, declarou Tomás Paiva.
Atualmente, mulheres ocupam apenas algumas funções específicas, como saúde, logística e engenharia. A cerimônia do Dia do Soldado também contou com a participação do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso e do ministro da Defesa, José Múcio, além de outros ministros da Suprema Corte e do governo federal, além de autoridades das três Forças Armadas.