Genebra

Brasil é eleito para presidir grupo da ONU contra armas biológicas

O Grupo de Trabalho das Nações Unidas para fortalecer a Convenção de Armas Biológicas será presidido pelo embaixador Frederico Meyer, removido de Israel após crise diplomática no início do ano

O embaixador Frederico S. Duque Estrada Meyer foi eleito para presidir o Grupo de Trabalho sobre o Fortalecimento da Convenção para a Proibição das Armas Biológicas e Toxínicas, das Nações Unidas. A eleição ocorreu na segunda-feira (19/8) em Genebra, Suíça, e foi divulgada na noite de ontem (20) pelo Palácio do Itamaraty.

Frederico Meyer é ministro de primeira classe, o topo da carreira diplomática, e chefiava a Embaixada do Brasil em Tel Aviv, capital de Israel, até o início do ano, e foi removido em 29 de maio após embate entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governo de Benjamin Netanyahu.

O Grupo de Trabalho que será presidido pelo embaixador estuda medidas de resposta para eventuais usos de armas biológicas, cujo desenvolvimento e uso são proibidos pela Convenção de Armas Biológicas da ONU. O grupo também estuda formas de cooperação internacional e trocas de informação para fortalecer a Convenção.

Primeira convenção a banir um grupo inteiro de armas

Segundo o Itamaraty, o grupo contribui para garantir o andamento responsável do progresso científico, em conformidade com as normais internacionais. "A eleição reflete renovado reconhecimento do compromisso do Brasil com os princípios e objetivos da Convenção", disse o ministério, em nota.

Criada em 1972, a Convenção de Armas Biológicas foi a primeira a banir um grupo inteiro de armamentos, e é chancelada atualmente por 183 países, incluindo o Brasil. As nações signatárias se comprometem a jamais desenvolver, produzir, guardar, comprar ou reter agentes biológicos ou tóxicos sem uso pacífico, nem armas e equipamentos que contenham tais agentes.

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