ATENÇÃO

Paim anuncia audiência pública para discutir saúde mental de jovens

Senador alerta sobre deterioração da saúde mental de jovens brasileiros. Pesquisa mostra que ansiedade entre jovens e crianças superou os índices dos adultos

O senador Paulo Paim (PT-RS) fez um alerta sobre a deterioração da saúde mental entre crianças e jovens, durante pronunciamento no plenário do Senado, na segunda-feira (20/8). O parlamentar culpou, em parte, o avanço tecnológico e o crescimento das redes sociais pelo declínio e anunciou uma audiência pública para esta  quinta-feira (22/08) na Comissão de Direitos Humanos com o objetivo de discutir o tema.  

Segundo dados da Rede de Atenção Psicossocial (Raps), vinculada ao Sistema Único de Saúde (SUS), os registros de ansiedade entre crianças e jovens no Brasil superaram os de adultos pela primeira vez entre 2013 e 2023.

A taxa de jovens entre 10 e 14 anos atendidos por transtornos de ansiedade atingiu 125, 8 a cada 100 mil crianças, no ano passado. Entre adolescentes de 15 a 19 anos o número ficou em 157 a cada 100 mil, o maior número entre todas as faixas etárias. Adultos acima de 20 anos apresentaram o índice de 112 a cada 100 mil. 

Para Paim, a deterioração da saúde mental entre os jovens se deve ao avanço constante das redes de comunicação na última década. “Os índices de saúde mental começaram a se deteriorar a partir da segunda década dos anos 2000. O maior acesso à informação pela internet, a popularização de smartphones com câmeras frontais, e o crescimento das redes sociais e dos jogos online contribuíram para esse cenário”, disse. 

O parlamentar também apresentou dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apresentou um crescimento substancial da incidência de depressão entre todas as faixas etárias, de 2013 a 2019. Transtornos depressivos cresceram de 2,47% a 6,23% nos jovens de 18 a 21 anos, sendo um aumento de 152%.  

“Esses dados, podem crer, parecem simples números, mas são alarmantes e requerem ação imediata. O Brasil precisa, urgentemente, acelerar políticas públicas que abordem essa crise silenciosa, mas que leva à morte nossas crianças e jovens. Fica aqui a nossa preocupação e um apelo por medidas que possam reverter essa trágica tendência”, declarou o senador. 

*Estagiária sob a supervisão de Luana Patriolino

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