O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que as mensagens entre o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e a equipe dele, reveladas pelo jornal Folha de S. Paulo, mostram que o magistrado tem "um problema pessoal" com ele. A declaração ocorreu em entrevista à Rádio 96 FM, de Natal (RN), nesta quinta-feira, 15.
"Talvez a partir de hoje à tarde, amanhã (sexta, 16), já tenhamos novidades. Agora, é claro que é algo pessoal do Alexandre de Moraes comigo. É claro. Só não enxerga quem não quer", disse o ex-presidente.
Bolsonaro também disse estar esperando outras reportagens sobre como o gabinete do ministro Alexandre de Moraes deu ordens de forma não oficial para a produção de relatórios pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que era presidido pelo magistrado.
As ordens do gabinete do ministro, relator do inquérito das fake news e das milícias digitais, miravam aliados do ex-presidente nessas duas investigações. Os relatórios, solicitados via WhatsApp e produzidos pela Corte Eleitoral, foram usados para embasar decisões do próprio ministro. Segundo Moraes, "seria esquizofrênico" ele se "auto-oficiar", já que suas atribuições como presidente do TSE lhe davam direito previsto em lei de determinar a produção dos relatórios.
Questionado sobre as investigações nas quais está envolvido, como a do caso das joias e da tentativa de golpe do 8 de janeiro, Bolsonaro afirmou que tudo corre em sigilo e que o "chamam para depor sem falar o que está sendo investigado".
Bolsonaro também disse que não pode falar sobre os assuntos que gostaria, por se considerar o "elo mais fraco". O ex-presidente disse que desejaria falar "com documentação" sobre a "apuração (das eleições) de 2018" e a "apuração de 2014", sem mencionar quais fatos ia expor. Mas, para Bolsonaro, "quem fala de eleição, ou de remédio para covid vai ser multado e pode ser preso".