O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu neste sábado (10) com lideranças indígenas Guarani-Kaiowá do Mato Grosso do Sul. No encontro, o chefe do Executivo discutiu o aumento da violência na região, com o avanço de agricultores sobre a área que está sendo ocupada pelos integrantes da comunidade tradicional. A Polícia Federal e a Força Nacional reforçaram o patrulhamento após o registro de ataques.
Nas redes sociais, Lula postou uma foto ao lado da ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara; de Márcio Macedo, da Secretaria-Geral da Presidência da República, de Paulo Pimenta, da Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, e da presidente da Funai, Joênia Wapichana. "Recebi uma comitiva de lideranças Guarani-Kaiowá para tratar do conflito no Mato Grosso do Sul, que se intensificou nos últimos dias", escreveu Lula.
No começo da semana, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) suspendeu uma ação de reintegração de posse que estava em andamento na Terra Indígena Panambi Lagoa Rica, em Douradina, no Mato Grosso do Sul. Nos últimos dias, a violência aumentou e as forças policiais precisaram ser mobilizadas para impedir que uma tragédia ocorresse.
Fazendeiros atacaram indígenas e deixaram 10 feridos no último sábado (3), entre eles, dois em estado grave. Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), o atentado ocorreu pouco depois da Força Nacional deixar a região. Homens armados passaram atirando a partir de caminhonetes e continuaram mesmo com a presença de homens da Força Nacional.
Um dos indígenas levou um tiro na cabeça e outro no pescoço. Ambos foram levados em estado grave para um hospital de Douradina. O Ministério dos Povos Indígenas enviou uma equipe da pasta e da Fundação Nacional do Índio (Funai) para a localidade. Em ofício, o secretário executivo do Ministério dos Povos Indígenas, Eloy Terena, acionou o Ministério da Justiça e Segurança Pública e pediu explicações sobre a retirada da Força Nacional do local. O Ministério Público Federal também enviou equipes.
Procurado pelo Correio, o Ministério da Justiça afirmou que quando ocorreram os ataques em Douradina, na terra indígena, a Força Nacional tinha sido deslocada para atuar em outra região, mas que assim que as equipes foram acionadas, passaram a atuar novamente na localidade.
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“As equipes da Força Nacional foram acionadas por volta das 10h de sábado (3), para conter os ânimos que estavam acirrados entre indígenas e agricultores que permanecem nas imediações do sítio do Cedro. A situação foi controlada e cada grupo permaneceu em seu acampamento. Ainda no sábado (3), ocorreu um confronto no início da tarde, no momento em que as equipes da FNSP faziam o patrulhamento em outra área da mesma região. Assim que acionadas, as equipes da FNSP chegaram no local e o confronto foi cessado, quando iniciaram-se diálogos com os dois grupos e foram acionados o MPI e MPF”, informou a pasta da Justiça.