DIPLOMACIA

'Expulsão de brasileiro da Nicarágua não tem cabimento', diz Rui Costa

Como reação à decisão do regime de Ortega, o Itamaraty também resolveu retirar do país a embaixadora nicaraguense em Brasília

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou, nesta quinta-feira (8/8), que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a decisão do presidente Daniel Ortega, da Nicarágua, em expulsar um diplomata brasileiro. Segundo o ministro, Lula “quer paz, mas a expulsão não tem o menor cabimento” e que não pode aceitar que seus embaixadores sejam “importunados”. A declaração ocorreu após reunião ministerial.

”Eu aprendi que na diplomacia tem uma palavra que chama-se reciprocidade. Então, como o embaixador brasileiro lá foi convidado a se retirar, a reciprocidade é que o embaixador daqui também foi embora. Então é uma ação recíproca dentro do que é a tradição diplomática brasileira”, apontou.

Como reação à decisão do regime de Ortega, o Itamaraty também resolveu retirar do país a embaixadora nicaraguense em Brasília, Fulvia Patricia Castro Matus.

“O presidente voltou a reafirmar ali na reunião, ele quer buscar paz e o bom relacionamento de todo mundo. Mas não pode aceitar que seus embaixadores sejam importunados a não ser que tenham cometido atos que fujam da tradição diplomática brasileira. Comprovado isso, o erro seria nosso. Não comprovado isso, é uma agressão fortuita ao padrão internacional de respeito às embaixadas e aos embaixadores”.

O diplomata brasileiro teria sido expulso após não comparecer ao evento de 45 anos da Revolução Sandinista, marco histórico no país, em 19 de julho. O ministro também comentou sobre o assunto destacando que “o não comparecimento a um ato governamental ou institucional não significa uma agressão ao país”.

“Nenhum embaixador de país nenhum é obrigado a estar presente nos eventos. Nós mandamos convites para as embaixadas, mas ninguém é obrigado a ir. E a ausência não significa uma agressão ao país. Então vem se quiser. Se alguém faltar, não vai sofrer sanções por conta disso. isso não tem o menor cabimento, isso é uma violação do direito internacional e da diplomacia internacional. Em lugar nenhum do mundo é assim, não faz parte da diplomacia internacional nem da história da diplomacia brasileira”, concluiu.

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