DIPLOMACIA

Ex-presidentes cobram que Lula denuncie fraude na Venezuela

Grupo de 30 ex-presidentes de países da América Latina e da Espanha denunciaram fraude nas eleições venezuelanas e pediram que Lula reafirme "seu inquestionável compromisso com a democracia e a liberdade"

Um grupo de ex-presidentes da Espanha e de países da América Latina cobraram nesta segunda-feira (5/8) do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) um posicionamento mais firme sobre as eleições na Venezuela. Em carta, eles acusam Maduro de fraude e pedem que Lula reafirme seu "inquestionável compromisso com a democracia".

A carta foi assinada por 30 ex-presidentes da Espanha e de países da América Latina, que integram a Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas (Idea). O grupo é formado por ex-chefes de estado e integrantes da sociedade civil, e diz observar e defender os processos democráticos na região.

"Exortamos a Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República Federativa do Brasil, a reafirmar seu inquestionável compromisso com a democracia e a liberdade, as mesmas de que gozam seu povo, e afazê-la prevalecer também na Venezuela", diz documento, publicado no site do Idea.

O ex-presidentes acusam Maduro de fraudar o resultado do pleito para se manter no poder, e também repudiam a repressão e as violações dos direitos humanos pelo regime chavista. Também repudiam as prisões de opositores que ocorreram após o pleito, e apoiam os protestos liderados por María Corina Machado, principal líder da oposição a Maduro.

Grupo reconhece vitória da oposição

A carta também reconhece a vitória de Edmundo González Urrutia nas urnas, embora as atas eleitorais não tenham sido divulgadas. "Não exigimos nada diferente do que o próprio presidente Lula da Silva preserva em seu país", disseram os ex-presidentes.

Entre os líderes que assinaram o documento estão Mauricio Macri, ex-presidente da Argentina; Carlos Mesa, da Bolívia; Juan Carlos Wasmosy, do Paraguai; e Guillermo Lasso, do Equador. O ex-presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso, que também participa do Idea, não assinou a carta.

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