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Lula cobra reestruturação do setor elétrico e conta de luz baixa

Presidente cobra a elaboração de um plano de reestruturação do setor elétrico que favoreça o consumidor. Ministro Alexandre Silveira pretende apresentar primeira versão até o fim deste mês

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aumentou a pressão, ontem, para que a conta de luz tenha uma expressiva redução no valor. Ao reunir alguns ministros, ontem, no Palácio do Planalto, cobrou agilidade na elaboração de um plano de diminuição da tarifa.

No dia anterior, Lula tinha deixado claro que não concorda com aquilo que as operadoras cobram do consumidor. No discurso que fez na entrega de imóveis do Minha Casa Minha Vida, em Várzea Grande (MT), afirmou que está se esforçando para que o governo apresente um plano consistente para a redução da tarifa.

"A gente precisava resolver o problema habitacional das pessoas mais humildes, que muitas vezes não podem pagar o aluguel. E quando pagam o aluguel, não podem pagar a conta de luz, que está cara. Estou brigando para baixar, neste país, para o povo pobre", anunciou o presidente.

Mas, para que o preço ao consumidor de mais baixa renda diminua, é preciso uma reestruturação — tema da reunião ministerial de ontem. O ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que uma primeira versão do plano para o setor deve ser finalizado este mês e apresentado em setembro.

"Temos precisado de muita criatividade para que busquemos soluções para desarmar algumas bombas que encontramos. Bombas de efeito retardado, que caem no nosso colo, como a questão tarifária. Algumas ideias estão avançadas, e queremos concluir para tê-las amadurecidas, não só no Ministério de Minas e Energia, mas em todo o governo", disse o ministro, em evento organizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que celebrou os 50 anos de relação Brasil-China.

Poder de escolha

Silveira frisou que a reforma do setor elétrico permitirá que o consumidor escolha de quem comprar energia, uma opção que é restrita quase sempre a grandes consumidores. Segundo o ministro, o setor elétrico está perto de um "colapso tarifário".

"É importante que a gente tenha essa freada de arrumação, para que a gente possa planejar o setor de forma ordenada de aqui em diante. É muito mais fácil empurrar a conta no consumidor de energia do que achar espaço no orçamento para poder implementar política pública. Isso foi feito nos últimos anos. As políticas públicas são importantes, mas quem tem que pagá-las é o planejamento orçamentário. Tem que caber dentro do orçamento", destacou, admitindo que o governo sofre muitas pressões pelo setor elétrico.

A reunião de Lula com o ministros ainda tratou da negociação com a Eletrobras para a venda de cerca de 2% da participação da União na antiga estatal. A ideia é que, por meio da venda desse percentual, a União tenha condições de assumir 100% da Eletronuclear a fim de prosseguir com a construção da usina Angra 3, no Rio de Janeiro. (Colaborou Fabio Grecchi)

 

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