DITADURA MILITAR

Dirceu exalta volta da Comissão dos Mortos: "Justiça que não foi feita"

Ex-ministro de Lula, perseguido, preso e exilado pelo regime dos generais, enalteceu volta desse colegiado, que será reinstalado na sexta-feira

Representantes do governo, familiares de desaparecidos pela ditadura e dirigentes de movimentos dos direitos humanos participaram de audiência sobre políticas de memória e justiça por atos do regime de 64 -  (crédito: Evandro Éboli/CB/D.A Press)
Representantes do governo, familiares de desaparecidos pela ditadura e dirigentes de movimentos dos direitos humanos participaram de audiência sobre políticas de memória e justiça por atos do regime de 64 - (crédito: Evandro Éboli/CB/D.A Press)

Preso e exilado durante a ditadura militar, o ex-ministro José Dirceu enalteceu a volta da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, que será reinstalada nesta sexta-feira (30/08). Esse colegiado foi extinto no apagar das luzes do governo de Jair Bolsonaro. Em audiência na Câmara, que tratou de vários assuntos relacionados ao período de 1964 e sobre questão de orçamento para ações da política de verdade, memória e justiça, Dirceu se manifestou, num vídeo que encaminhou à Comissão de Legislação Participativa.

"É uma satisfação a esperada reinstalação da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos. Quero dizer que esse é um compromisso irrenunciável das nossas vidas, a memória de nossos companheiros que deram a vida na luta pela democracia e pela liberdade. Eles e elas estão conosco todos os dias. Comigo, no meu pensamento e no meu coração e na minha ação política. Na minha luta e no meu combate. Sempre estou com eles. Fico grato ao nosso governo que tenha reinstalado a comissão e vamos à luta", disse Dirceu no vídeo de um minuto e meio.

"Não renunciaremos jamais a memória. E queremos de volta nossos companheiros e companheiras desaparecidos. É um compromisso de nossas vidas. Abraço aos familiares e a todos e todas que lutam por essa causa humanitária, mas, antes de masi nada que lutam por justiça, que não foi feita", completou o ex-ministro.

Da audiência pública na Câmara, participaram representantes do governo, familiares de mortos e desaparecidos pela ditadura e entidades da sociedade civil que atuam nesse causa. Nilmário Miranda, que foi ministro dos Direitos Humanos, representou o ministro Silvio Almeida, atual titular da pasta.

Também participaram da mesa anova presidente da Comissão de Mortos e Desaparecidos, Eugênia Gonzaga; a ativista de direitos humanos Diva Santana, também parente de desaparecidos na Guerriha do Araguaia; Jair Kirschke, presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos; Leo Alves,dirigente da Coalizão Direito, Verdade, Memória e Justiça; e Ivan Seixas, ex-perseguido pela ditadura.

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postado em 28/08/2024 17:57
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