Investigação

Presidente do STF nega afastamento de Moraes de inquérito

Ministro Luís Roberto Barroso não viu elementos que comprometam a imparcialidade do magistrado na condução do inquérito que apura o vazamento de mensagens

Ministro Luís Roberto Barroso preside sessão plenária
 -  (crédito: Rosinei Coutinho/SCO/STF)
Ministro Luís Roberto Barroso preside sessão plenária - (crédito: Rosinei Coutinho/SCO/STF)

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, negou, nesta terça-feira (27/8), um pedido de afastamento do ministro Alexandre de Moraes da relatoria de um inquérito que apura o vazamento de mensagens trocadas entre o magistrado e assessores no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Barroso analisou uma ação apresentada pela defesa de Eduardo Tagliaferro, ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED), da Corte Eleitoral. Os advogados dele afirmaram que Moraes estaria diretamente interessado nas investigações, por isso, deveria ser impedido de continuar na relatoria.

De acordo com o pedido da defesa, Moraes teria violado o regimento interno do Supremo ao ficar na condução das diligências. No entanto, o presidente do STF não viu elementos suficientes que justifiquem o afastamento do ministro na condução do caso. Ele também avaliou que não existem provas de que a conduta do colega representa violação da imparcialidade exigida de um juiz.

O conteúdo das mensagens foi publicado pelo jornal "Folha de S. Paulo". Na publicação, o jornal afirma que o magistrado trocou as conversas "fora do rito", solicitando relatórios e informações aos seus subordinados. Os dados foram usados em inquéritos que correm no Supremo e apuram ataques às instituições democráticas ao ao sistema eleitoral.

Nas conversas trocadas com auxiliares, Moraes teria orientado o levantamento de informações sobre os investigados e cobrado relatórios de seus subordinados. O magistrado alega que todos os procedimentos processuais estão registrados e que ocorreram dentro da legalidade.

Tagliaferro prestou depoimento em São Paulo e negou ser o autor dos vazamentos. Ele afirmou aos investigadores que entregou seu celular à Polícia Civil, por conta de uma investigação em que ele é acusado de violência doméstica. A ação está em tramitação em Caieiras, na região metropolitana de São Paulo. Aliados de Moraes acreditam que as mensagens podem ter sido vazadas por policiais civis do estado.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

postado em 27/08/2024 18:34 / atualizado em 27/08/2024 20:53
x