Nomeado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como patrimônio mundial, em 1987, o Palácio da Justiça passará por reestruturação tanto na parte externa quanto interna. O anúncio foi feito pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, em cerimônia, nesta terça-feira, no Salão Negro do edifício. Além do chefe da pasta, participaram do evento a ministra da Cultura, Margareth Menezes, e a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja.
De acordo com o ministério, a restauração tem como objetivo principal a preservação e a recuperação das "estruturas físicas, arquitetônicas e paisagísticas do Palácio da Justiça".
A reforma ganhou o aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, segundo o ministro da Justiça, está "preocupado com a preservação" do patrimônio artístico e cultural da Esplanada dos Ministérios.
"Para preservar um patrimônio deste nem sempre é possível, pela falta de recursos. Mas nós quisemos demonstrar que, com poucos recursos, podíamos iniciar o restauro deste prédio excepcional que foi construído em 13 de junho de 1972", frisou Lewandowski.
Além da revitalização de ambientes, há projeto de construção de um memorial no local, com o intuito de preservar o acervo histórico do palácio. Móveis clássicos, que datam da época do Império do Brasil e que foram trazidos para Brasília na época da construção da nova sede do ministério, estão entre os itens que serão expostos. Além disso, o centro vai receber quadros e plantas arquitetônicas dos tempos da construção do edifício.
"Nós nos defrontamos com peças raríssimas de grande valor histórico, com livros excepcionais, que vêm de um passado remoto, de quadros maravilhosos, móveis, obras de arte. Nós juntamos todas as peças para mostrar a todos a construção deste centro de memória que, futuramente, será um museu", acrescentou o ministro. Ainda não há data prevista para o lançamento desse centro.
Outras reformas previstas no projeto de reestruturação são a melhoria na manutenção das edificações, a instituição de uma unidade especializada em conservação do patrimônio histórico e cultural e a restauração dos renomados jardins internos e externos, do paisagista Burle Marx. Também está prevista a implementação de visita guiada no Palácio da Justiça de forma permanente.
O projeto conta ainda com a parceria do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e do Ministério da Cultura. Na cerimônia, a ministra Margareth Menezes disse que o restauro é um tributo brasileiro, que merece ver seus símbolos restaurados e preservados. "É para nós uma grande honra esse ato de assinatura, que vai unir os ministérios em mais um propósito para restaurar a cultura de nosso país", discursou.
A sede do MJSP foi projetada pelos principais nomes da construção da imagem modernista da capital federal: o arquiteto Oscar Niemeyer, o urbanista Lucio Costa, o paisagista Burle Marx e o artista plástico Athos Bulcão.
Em 1987, o Governo do Distrito Federal também aprovou o tombamento do palácio. Já em 1992, foi a vez de o governo federal reconhecer o valor histórico e atemporal da construção.
Outra novidade é a abertura de visitação guiada permanente pelos corredores e salões do palácio. Na avaliação de Lewandowski, será mais uma opção para os turistas e para os brasilienses desfrutarem nos feriados e fins de semana. No entanto, ainda não há previsão para o início das visitas.
"Não vamos parar por aqui. Vamos avançar muito mais. Queremos ser um país desenvolvido, não só economicamente, mas também a nível histórico e cultural", concluiu.
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