Venezuela

Após México deixar mediação, Planalto organiza ligação com Gustavo Petro

O presidente do México anunciou seu afastamento das negociações com Nicolás Maduro e sua oposição na Venezuela. Auxiliares de Lula esperam o telefone para esta quarta (14/8)

Planalto espera que a ligação entre Lula e Gustavo Petro ocorra hoje (14/8). O presidente do México, Lopez Obrador, anunciou que não participará mais da mediação. -  (crédito:  AFP)
Planalto espera que a ligação entre Lula e Gustavo Petro ocorra hoje (14/8). O presidente do México, Lopez Obrador, anunciou que não participará mais da mediação. - (crédito: AFP)

O Palácio do Planalto articula uma ligação nesta quarta-feira (14/8) entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, para debater a mediação após as eleições venezuelanas.

A negociação continua após o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, ter anunciado na terça-feira (13/8) que não vai mais atuar junto com Brasil e Colômbia para intermediar o conflito entre o ditador Nicolás Maduro e a oposição, representada pelo candidato Edmundo González.

Auxiliares de Lula consultados sob reserva esperam a conversa para hoje. Porém, o telefonema se arrasta desde a semana passada. Quando Obrador ainda estava na articulação, um dos desafios apontados pelo Planalto foi acertar a agenda dos três chefes de Estado.

Em coletiva de imprensa, o presidente mexicano foi questionado se manteria o contato com Lula e Petro. Os três países atuavam para apresentar uma “solução negociada” para a crise, já que tanto Maduro como González se declaram vencedor e não querem ceder. “Agora não. Agora não, porque vamos esperar que o tribunal decida”, respondeu Obrador.

Uma das ideias consideradas pelo presidente Lula é sugerir a realização de uma nova eleição, com observação mais rígida e concordância de Maduro e González. Porém, a expectativa é que nenhum dos dois aceite a medida. Com o andar da crise, fica cada vez mais difícil encontrar uma saída.

Cobrança pelas atas

Maduro endureceu a repressão, prendendo 1.200 opositores até o momento, e barrando redes sociais no país. Ele também não apresentou as atas eleitorais, documentos que provariam sua vitória. O caso está sendo analisado pelo Tribunal Supremo da Venezuela, que é controlado por aliados de Maduro.

O Brasil mantém sua posição oficial de não reconhecer o resultado até que as atas sejam publicadas. Há pouca expectativa, porém, que o ditador apresente os documentos. Um aumento da tensão na Venezuela pode levar a nova convulsão social e crise econômica, causada pelo aperto das sanções e pela repressão violenta do regime chavista. Brasil e Colômbia compartilham fronteira com a Venezuela, e demonstram preocupação com a instabilidade na região.

Hoje o chanceler Mauro Vieira embarca para a Colômbia, onde terá um encontro bilateral com seu homólogo, Luis Gilberto Murillo.

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postado em 14/08/2024 13:46
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