O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu, nesta quarta-feira (14/8), o ministro Alexandre de Moraes e afirmou que não há ilegalidade na atuação do ministro e ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Reportagem publicada pela Folha de S.Paulo afirma que o gabinete foi demandado de forma não oficial nos inquéritos das fake news e das milícias digitais.
A Folha disse ter acesso a 6 gigabytes de mensagens e arquivos trocados via WhatsApp por auxiliares de Moraes. Segundo o jornal, o ministro “escolhia" pessoas a serem investigadas pelo órgão de combate à desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), comandado por ele.
De forma irônica, Flávio Dino afirmou que Moraes “é acusado de um crime gravíssimo, qual seja: cumprir o seu dever” e explicou que faz parte das atribuições da Suprema Corte e produção de relatórios. “O TSE exerce o poder de polícia, manda elaborar relatórios acostados em autos existentes e isso é tido como violação de rito”, afirmou o ministro.
A declaração foi dada durante participação em um seminário no Instituto de Estudos Jurídicos Aplicados (IEJA), em Brasília, com o tema ”A necessidade de regulamentar as redes sociais e o papel das plataformas na economia nacional”.
Segundo o Dino, o questionamento sobre a atuação de Moraes no inquérito das fake news e das milícias digitais não possui qualquer embasamento jurídico. "Estamos diante da inusitada situação de se questionar o direito de ofício do poder de polícia. Desde ontem a noite, não consegui encontrar em que capítulo, dispositivo ou preceito viola qualquer determinação da nossa ordem jurídica”, completou.
O ministro, que foi juiz federal, se disse chocado com os questionamentos feitos sobre atuação de Moraes
Para o magistrado, os pedidos do colega para que o TSE produzisse relatórios e monitorasse a atividade de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) envolvidos em campanhas de fake news foram elaborados “para o estrito cumprimento do dever legal”.
Em nota divulgada na noite de terça (13/8), o gabinete de Alexandre de Moraes afirma que "todos os procedimentos foram oficiais, regulares e estão devidamente documentados nos inquéritos e investigações em curso no STF, com integral participação da Procuradoria Geral da República.”
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