O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (14/8) que reduzir a taxa de juros é “uma briga eterna” no país. Ele argumentou ainda que não basta baixar os juros para promover o consumo no país, mas também cuidar da circulação e distribuição da renda.
Lula comentou a situação da indústria de automóveis, citando a queda na produção de veículos no Brasil. Segundo ele, se o governo melhorar as condições financeiras da população, especialmente a mais pobre, haverá novos consumidores para a indústria.
“Veja, baixar os juros é uma briga nossa eterna nesse país. É uma briga eterna. Mas, mesmo se o juro for zero, se o cara não tiver dinheiro para consumir, ele não vai consumir. O Japão tem juro zero, e a economia do Japão não cresce há quantos anos? O que é importante é a circulação de dinheiro”, declarou Lula durante a abertura do evento Diálogos Capitais, em celebração dos 30 anos da revista Carta Capital, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Juros e Banco Central
Lula vem fazendo críticas constantes ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, pela manutenção de uma taxa de juros elevada. Atualmente, a Taxa Selic está em 10,5%. As últimas duas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) mantiveram o patamar dos juros, em meio a incertezas no cenário internacional e preocupação com pressões inflacionárias.
O petista também se prepara para indicar o próximo presidente do Banco Central. O mais cotado é o diretor de Política Monetária do banco, Gabriel Galípolo, indicado por Lula. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a indicação deve ser feita “nas próximas semanas”.
Sobre a indústria automobilística, Lula também defendeu que é preciso adequar os carros à condição de pagamento da população, como aumentando o número de prestações.
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