O padre Júlio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo de Rua de São Paulo, denunciou no último sábado (10/8) uma ameaça de morte que sofreu por parte de um apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Paulo Sposito, que se apresenta como pós-graduado em direito penal militar, disse que os furtos no bairro da Mooca, na cidade de São Paulo, só vai diminuir quando o padre "comer grama pela raiz". O Estadão procurou Sposito, mas não obteve retorno.
A ameaça denunciada por Lancellotti ocorreu nos comentários de uma notícia, no Instagram, que denunciava o aumento de furtos no bairro da Mooca. Sem apresentar provas, Sposito associou o fenômeno com o trabalho feito pelo padre na Pastoral do Povo de Rua de São Paulo.
"Infelizmente, essa situação de ocupação, invasão e o aumento de nóias furtando no bairro da Mooca só sessará (sic) quando o Padreco Júlio Lanchecheta (sic) for transferido para outro pastoral ou for comer grama pela raiz, no mais, a tendência é piorar e muito", afirmou o bolsonarista.
Também no Instagram, Lancellotti afirmou que o comentário era uma incitação de violência, difamação e ameaça. O Estadão procurou o padre para questionar se foi aberto algum tipo de ocorrência na Polícia Civil de São Paulo (PC-SP), mas não obteve retorno.
No Facebook e no Instagram, Sposito costuma publicar postagens em apoio à Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP) e a Bolsonaro. Na biografia dele nas redes sociais, ele usa o lema "Deus, Pátria, Família e Liberdade", pregado pelo ex-presidente em discursos.
O apoiador de Bolsonaro também utiliza as redes sociais para compartilhar notícias falsas sobre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em uma das postagens, ele afirma que Lula disse odiar o bairro da Mooca devido à presença de conservadores, o que nunca aconteceu.
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