O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), se reuniu, na tarde desta quarta-feira (7/8), com Maria da Penha, que se tornou símbolo do combate à violência doméstica no país. O encontro aconteceu na sede da Corte e teve como foco a discussão de campanhas e políticas públicas voltadas para mulheres.
Durante a conversa, Maria da Penha afirmou a Barroso que é necessário o combate à fake news que também atingem mulheres pelo país. Ela destacou que, em seu caso, existem informações falsas circulando nas redes e que tentam enganar as pessoas sobre o que de fato aconteceu com ela.
A ativista ficou paraplégica após ser baleada pelo ex-marido enquanto dormia, em uma tentativa de feminicídio. No entanto, informações disseminadas pelas redes sociais tentam afirmar que o atentado ocorreu durante um assalto, a fim de desviar o foco do debate sobre violência dentro da própria casa e perpetuada por companheiros, parentes e conhecidos das vítimas.
"Nem todas as pessoas conhecem a história verdadeira e muitas podem estar conhecendo através de fake news. As fake news precisam ser punidas. Ter uma maneira que os autores sejam responsabilizados", frisou a ativista.
Barroso, por sua vez, afirmou que realiza palestras em escolas públicas e que convidou Maria da Penha para ir em uma escola de cada estado, para contar sua experiência. Também destacou que vai avaliar a possibilidade de incluir a Fundação Maria da Penha em um dos observatórios do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
"Nós temos um observatório de direitos humanos. Vou falar com a conselheira Renata Gil para a gente considerar a presença da Fundação Maria da Penha em um dos observatórios, até pelo valor simbólico que a senhora tem", destacou o magistrado.
Mais cedo, hoje, Barroso fez um pedido de desculpas à Maria da Penha em nome do Judiciário durante a XVIII Jornada Lei Maria da Penha, realizada na Escola Classe JK Sol Nascente. O evento reuniu autoridades, entre elas o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB).
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