Cibersegurança

GSI recebe sugestões para reforçar proteção de dados

Estudo elaborado pelo Instituto Nacional de Combate ao Cibercrime propõe, entre outras medidas, que o governo federal crie uma autoridade nacional que centralize tudo que envolver a proteção de dados

Documento elaborado pelo INCC aponta que Brasil investe menos do que deveria em proteção anti-pirataria -  (crédito: Arget/Unsplash)
Documento elaborado pelo INCC aponta que Brasil investe menos do que deveria em proteção anti-pirataria - (crédito: Arget/Unsplash)

O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República recebeu, ontem, um rol de propostas relacionadas à cibersegurança no Brasil. Intitulado Contribuições da Sociedade Civil e dos Setores Produtivos para a Estratégia Nacional de Cibersegurança, o documento entregue ao GSI alerta que o país investe proporcionalmente menos em proteção de dados e sistemas do que os Estados Unidos ou o Reino Unido.

O relatório, elaborado pelo Instituto Nacional de Combate ao Cibercrime (INCC), em São Paulo, sugere inicialmente a criação de uma estrutura centralizada para lidar com questões de segurança cibernética. Essa agência teria como foco não apenas a regulamentação, mas, também, a educação e a conscientização da sociedade em relação à proteção dos dados disponibilizados pela web.

Ainda segundo o documento, são urgentes investimentos de porte para combater o crime cibernético. Para o estudo, o orçamento atual é insuficiente para enfrentar os desafios — que avançam e proporção geométrica.

Por meio de pesquisa qualitativa e de debates com instituições, o Comitê de Especialistas do INCC definiu como prioridades iniciativas consideradas estratégicas e de execução rápida e fácil. "Foram analisados mais de 230 estudos e bases de dados, provenientes de 12 instituições. Essas instituições representam diversos setores da economia, totalizando cerca de 80% a 90% do PIB brasileiro", explicou Fábio Diniz, fundador e presidente do INCC, acrescentando que "o Brasil precisa corrigir e gerar uma base de dados para que se possa fazer políticas públicas baseadas em evidências, gerando inteligência para as forças de segurança".

Avanços

Apesar de ser o segundo país que mais sofre, em todo o mundo, ataques dos piratas da internet, o Brasil está avançando no Global Cybersecurity Index (GCI), ranking global que mede o nível de maturidade cibernética entre as nações. Atualmente, o país ocupa a terceira posição na América Latina e a 18ª posição global.

Para que avance ainda mais no ranking, Félix aponta que a criação de um órgão centralizador de ações nacionais seria um passo fundamental. "Esse órgão trataria de incidentes, fraudes, golpes e crimes. Tem que ser capaz de centralizar e receber todas as ocorrências de unidades da Federação, de municípios e da iniciativa privada. A partir daí, organiza e distribui medidas para que o Brasil possa se defender", ressalta.

Em 23 de julho, o Brasil enfrentou uma série de ataques cibernéticos que afetaram sistemas e plataformas utilizadas pelo governo federal. O incidente ocorreu logo depois de um apagão cibernético global, que afetou sistemas de segurança de instituições brasileiros — como o próprio GSI.

*Estagiário sob a supervisão de Fabio Grecchi

 

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postado em 02/08/2024 03:55
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