Palácio do Alvorada

Lula conversa com presidentes do México e Colômbia sobre crise na Venezuela

Ligação ocorreu no final da tarde desta quinta-feira (1º/8), confirmada pelo Palácio do Planalto. Líderes discutem criação de nota conjunta para pedir liberação das atas a Maduro

Brasil, México e Colômbia preparam nota conjunta para insistir que Nicolás Maduro divulgue as atas das urnas da eleição venezuelana -  (crédito: Ricardo Stuckert/PR)
Brasil, México e Colômbia preparam nota conjunta para insistir que Nicolás Maduro divulgue as atas das urnas da eleição venezuelana - (crédito: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou por telefone, na tarde desta quinta-feira (1º/8), com os presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, e do México, Andrés Manuel López Obrador. Os três líderes conversaram sobre as eleições na Venezuela, realizadas no último domingo (25/7), que resultaram na reeleição de Nicolás Maduro, segundo o Conselho Nacional Eleitoral venezuelano.

A ligação já era esperada, mas não havia horário confirmado. A assessoria do Planalto confirmou que a conversa ocorreu no final da tarde, por volta das 17h. Lula passou o dia no Palácio da Alvorada, em reuniões internas. Os três países articulam a criação de uma nota conjunta que reforce o pedido para que Maduro divulgue as atas das urnas.

Brasil, México e Colômbia adotaram um tom mais brando do que outros países, como Estados Unidos e Chile, e evitaram acusar Maduro de fraude nas eleições. A demora na liberação das atas, porém, aumenta a preocupação no continente. A expectativa é que a nota conjunta aumente a pressão sobre Maduro. Com as atas, será possível auditar o resultado das urnas.

Na quarta-feira (31/7), por meio das redes sociais, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, pediu a liberação das atas e uma análise transparente diante de "graves dúvidas" sobre as eleições presidenciais venezuelanas. A fala foi atribuída à demora nas negociações para a nota conjunta, discutida desde domingo pela diplomacia dos três países.

"Convido o governo venezuelano a permitir que as eleições terminem em paz, permitindo um escrutínio transparente com a contagem de votos, atas e com observação de todas as forças políticas de seu país, além da observação internacional profissional", escreveu.

"As graves dúvidas que cercam o processo eleitoral venezuelano podem levar seu povo a uma profunda polarização violenta, com consequências graves", emendou.

Brasil ainda não se posicionou oficialmente

O Brasil ainda não se pronunciou oficialmente sobre o resultado das eleições venezuelanas.

No último dia 30, na primeira fala sobre a situação do resultado das eleições presidenciais na Venezuela, Lula disse que “não tem nada de grave e assustador” ou “anormal” no pleito e que, para “resolver a briga”, é preciso que o governo de Nicolás Maduro apresente as atas.

Na ocasião, o petista havia comentado sobre a proposta costurada entre Brasil, México e Colômbia.

"Na hora que tiver apresentado as atas, e for consagrado que a ata é verdadeira, todos nós temos a obrigação de reconhecer o resultado eleitoral da Venezuela. Há uma proposta que está sendo feita de que Brasil, México e Colômbia assinassem uma nota conjunta. Não acho que é necessário muita coisa não. É necessário apenas o seguinte: o presidente Maduro sabe perfeitamente bem que, quanto mais transparência houver, mais chance ele terá de ter tranquilidade para governar a Venezuela.", disse.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

postado em 01/08/2024 18:10 / atualizado em 01/08/2024 18:16
x