O assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, se reuniu na noite desta sexta-feira (26/7) com o ministro das Relações Exteriores venezuelano, Yvan Gil. Amorim desembarcou na Venezuela para acompanhar as eleições no país, marcadas para este domingo (28), e terá na disputa o atual presidente, Nicolás Maduro, e outros nove concorrentes.
Por meio das redes sociais, Yvan Gil caracterizou o encontro como "cordial", onde foi possível transmitir "o clima de paz que existe na Venezuela".
"Recebemos Celso Amorim, assessor de Assuntos Internacionais do Brasil, que chegou ao país para acompanhar o processo eleitoral no dia 28 de julho. Durante um encontro cordial, discutimos a relevância dessas eleições e o clima de paz que existe na Venezuela, a impecável organização do processo por parte do nosso Poder Eleitoral, um dos mais transparentes e seguros do mundo", publicou o ministro.
Ele acrescentou que tratou-se de uma "oportunidade do encontro para discutir sobre os grandes desafios de transmitir verdadeiras informações, baseadas no respeito absoluto à legislação venezuelana".
A previsão é de que Amorim converse neste sábado com representantes da oposição, além de se reunir com membros do Centro Carter e Painel da ONU, que estão no país como observadores para acompanhar a eleição presidencial da Venezuela. A presença do assessor enviado por Lula ao país tem por objetivo mostrar que o Brasil valoriza a democracia e que não legitimará atentados contra o pleito eleitoral.
No último dia 17, em comício, Maduro disse que haveria um "banho de sangue" e uma "guerra civil" caso perdesse nas urnas. Lula, por sua vez, disse ter ficado "assustado" com as advertências do venezuelano.
"Eu fiquei assustado com a declaração do Maduro dizendo que se ele perder as eleições vai ter um banho de sangue. Quem perde as eleições toma um banho de voto. O Maduro tem que aprender, quando você ganha, você fica; quando você perde, você vai embora", pontuou.
O estremecimento da relação com Lula envolve ainda críticas de Maduro ao sistema eleitoral brasileiro, o qual acusou falsamente de não ser auditado ou confiável. Segundo ele, "no Brasil nem um único boletim de urna é auditado". E acrescentou: "Temos o melhor sistema eleitoral do mundo”. Como reação, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cancelou o envio de observadores internacionais, que iriam a Caracas também acompanhar a votação.
Horas depois, o Itamaraty disse em nota, na noite de ontem que "em caso de necessidade de assistência consular, cidadãos brasileiros poderão acessar o portal consular ou acionar a Embaixada do Brasil em Caracas".
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