A Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou contra o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para que ele tenha acesso à íntegra da delação de Mauro Cid. A solicitação se refere ao inquérito que apura o suposto esquema de venda de joias da União. Para o Ministério Público, a permissão atrapalharia outras investigações em curso — que também se baseiam nos relatos do ex-ajudante de ordens.
“Existem outras investigações em curso, ainda não finalizadas, que também se baseiam nas declarações prestadas pelo colaborador, o que reforça a inviabilidade do acesso pretendido neste momento processual”, diz o procurador-geral Paulo Gonet.
Essa é a quarta solicitação feita ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tendo sido indeferidas todas as anteriores. Gonet argumenta que eventuais desdobramentos da petição não necessariamente guardam relação com o ex-presidente.
Por isso, seria inviável conceder o acesso indiscriminado a possíveis procedimentos investigativos.
“Todos os elementos relevantes para as investigações desenvolvidas nesta petição já se encontram documentados e foram franqueados à defesa do investigado. Caso exista outra investigação relacionada ao interessado, o pedido de acesso, certamente, será deferido nos autos pertinentes, uma vez demonstrada a condição de investigado”, afirma o PGR.