O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira (16/7) que é urgente a regulação das plataformas que operam no Brasil. Sobre as redes sociais, o petista afirmou que “não é possível que essas empresas continuem ganhando dinheiro disseminando mentiras, inverdades”.
“Eu sou a favor de que a gente tenha uma regulação urgente, porque essas empresas não pagam imposto no Brasil. Ganham bilhões de publicidade, têm muito lucro com a disseminação do ódio no país e no mundo inteiro. Acho que nós temos que tomar uma decisão”, destacou em entrevista à TV Record.
Para o chefe do Executivo, o mundo inteiro está em risco pela falta de regulamentação das redes sociais, o que aponta como uma ameaça à democracia e à civilidade. O comportamento das empresas para aumentar seus lucros, segundo ele, só favorece a disseminação de mentiras e a discórdia.
“Quero dizer com muita veemência de que não é possível essas empresas continuarem ganhando dinheiro disseminando mentiras, disseminando inverdades, fazendo provocação, campanha contra a vacina, campanha favorável a isso, campanha favorável àquilo, sem levar em conta nenhum compromisso com a verdade”, enfatizou.
O presidente defendeu ainda que os organismos internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), tomem iniciativas nesse sentido e garantiu que o governo federal deve elaborar um projeto para tratar do tema.
“Essa é uma discussão que a gente vai ter que fazer em alguns fóruns internacionais, acho que a ONU deveria convocar uma assembleia para discutir esse assunto, o G20 tem que discutir, o Brics tem que discutir, o G7 tem que discutir. É preciso uma saída coletiva para o mundo”, reforçou.
Lula antecipou que nesta semana deve se reunir com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, para decidir como o governo federal pode colaborar para uma proposta de regulação das redes. “Se a gente retoma aquele projeto que estava (proposta relatada pelo deputado Orlando Silva PcdoB-SP, conhecida como PL das Fake News), se a gente (governo federal) vai apresentar uma outra proposta, se o Congresso vai apresentar uma proposta...”
“O dado concreto é que a gente não pode perder de vista a necessidade de fazer a regulação”, declarou o presidente.