O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados vai ouvir, nesta terça-feira (16/7), o deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes, em 2018, no Rio de Janeiro.
A reunião está marcada para 14h e também contará com a participação de testemunhas de defesa indicadas por Brazão. O parlamentar está preso desde março e responde a um processo no Conselho de Ética que pode levar à cassação do mandato por quebra de decoro.
O advogado de Chiquinho Brazão, Cleber Lopes, argumenta que os episódios relatados nas acusações são anteriores ao mandato de Brazão na Câmara, por isso, não são alcançados pelo Código de Ética da Casa Legislativa.
Depoimento de Rivaldo Barbosa
Na segunda-feira (15/7), o Conselho de Ética ouviu o delegado Rivaldo Barbosa de Araújo Júnior, que negou diversas vezes qualquer relação com os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão. O ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro está preso sob a acusação de comprometer as investigações do assassinato de Marielle e Anderson.
Rivaldo Barbosa também disse aos deputados que a indicação dele para o cargo de chefia na Polícia Civil não foi influenciada pelos irmãos Brazão. O delegado foi chefe de Polícia Civil durante as investigações do assassinato da vereadora do Psol e do motorista dela, de março a dezembro de 2018. Ele assumiu o cargo dias antes das execuções.
“Desde o dia em que eu nasci, eu nunca falei com nenhum irmão Brazão. Eu nunca falei com essas pessoas na minha vida. Eu estou aqui preso há quase quatro meses, e a única coisa que eu fiz foi indicar o delegado Giniton [Lages], que efetivamente prendeu com provas técnicas o Ronnie Lessa [assassino confesso da vereadora e de Anderson]", afirmou Rivaldo.
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