Apesar do aprofundamento das investigações sobre as joias sauditas e as fraudes nos cartões de vacinação envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o presidente da legenda, Valdemar da Costa Neto, espera a reversão das medidas cautelares impostas, em fevereiro, pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal que o impedem de se encontrar com Bolsonaro.
Valdemar disse, na noite de quarta-feira (10/7), durante a festa do pré-candidato à presidência da Câmara dos Deputados Elmar Nascimento (União-BA), que espera ter a oportunidade de ser recebido por Moraes na primeira quinzena de agosto.
Valdemar disse, em conversa com o Correio, que a situação está insuportável. “Precisamos viver em paz”, argumentou. O presidente do partido se disse preocupado com a condução da legenda, em pleno ano eleitoral, sem poder participar de qualquer evento que tenha o seu principal ativo eleitoral, o ex-presidente Bolsonaro.
Sem sucesso em seus pedidos anteriores para o levantamento das restrições de Moraes, Valdemar agora conta com o apoio da mediação e interlocução do ex-presidente Michel Temer. O ex-presidente da República tem uma relação antiga com Moraes. Indicou o magistrado para a vaga na Suprema Corte durante o seu mandato.
Prisão de Bolsonaro
Sobre a prisão de Bolsonaro, Valdemar disse que essa possibilidade não deve se concretizar. “Eles não vão prender Bolsonaro. Se prenderem, ele elege até um poste”, apontou o dirigente partidário.
O presidente do PL também contou que já expulsou de sua sala no partido alguns correligionários que lhe disseram torcer para a prisão do ex-presidente, por entenderem que isso tracionaria as candidaturas da legenda no ano eleitoral. “Eu não admito isso. Tenho lealdade ao Bolsonaro, isso está fora de questão. Ele é nosso líder”, garantiu.
Sobre possíveis candidaturas, confirmou que espera ver o filho 03 do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro, disputando a corrida pelo Senado Federal em 2026. Em relação ao filho 02, Carlos Bolsonaro, disse que o mais provável é que ele dispute uma vaga para a Câmara dos Deputados em 2026. Valdemar descartou a possibilidade de o vereador carioca mudar o domicílio para Santa Catarina ou para o Mato Grosso, onde o apoio ao ex-presidente é maior.
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