Jornalistas críticos ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e que denunciavam a disseminação de informações falsas pela internet foram espionados pelo esquema de monitoramento ilegal montado na Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Além da imprensa, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e outros parlamentares foram espionados, assim como ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
As investigações da Polícia Federal apontam que as jornalistas Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, e Vera Magalhães, apresentadora da TV Cultura, foram alvos. Além delas, a jornalista e pesquisadora Luiza Alves Bandeira foi vigiada de perto com uso do software israelense Frist Mile. Luiza foi alvo por integrar uma entidade de segurança digital que monitorava avanço da extrema-direita na rede e acusava o compartilhamento de informações falsas sobre as eleições e outros temas.
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A Agência Pública, especializada na checagem de fatos, também foi alvo da organização criminosa, de acordo com a Polícia Federal.
Veja a lista dos alvos conhecidos até agora:
Judiciário:
- Alexandre de Moraes;
- Dias Toffoli;
- Luis Roberto Barroso;
- Luiz Fux.
Legislativo:
Deputados
- Arthur Lira (presidente da Câmara dos Deputados);
- Rodrigo Maia (então presidente da Câmara);
- Kim Kataguiri;
- Joice Hasselmann.
Senadores
- Alessandro Vieira;
- Omar Aziz;
- Renan Calheiros;
- Randolfe Rodrigues.
Jornalistas
- Monica Bergamo;
- Vera Magalhães;
- Luiza Alves Bandeira;
- Pedro Cesar Batista.
Outros
- Ex-governador de São Paulo João Doria;
- Servidores do Ibama Hugo Ferreira Netto Loss e Roberto Cabral Borges;
- Auditores da Receita Federal do Brasil Christiano José Paes Leme Botelho, Cleber Homen da Silva e José Pereira de Barros Neto.