O ministro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Alexandre Padilha, defendeu nesta quarta-feira (31/7) que o Brasil foi decisivo para que houvesse eleições na Venezuela. Comentou ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não se precipitou sobre a reeleição de Nicolás Maduro, e que aguarda a divulgação das atas para reconhecer ou não o pleito.
Padilha afirmou também que o PT tem autonomia para se posicionar e reconhecer a recondução de Maduro ao cargo, e que não cabe a Lula interferir nas decisões da legenda. A sigla se posicionou mesmo antes do presidente se pronunciar, e legitimou o resultado das urnas apesar da falta de transparência e acusações de fraudes.
"É muito importante a gente ter noção do tamanho do Brasil e da liderança do presidente Lula, e de uma postura correta do presidente Lula. A postura do Brasil é decisiva. Foi decisiva para ter eleições na Venezuela, foi decisiva para que a oposição pudesse ter participado das eleições. O Brasil tem sido um mediador desde o começo, com outros países", frisou Padilha durante o programa Bom Dia Ministro, do Canal Gov.
Na avaliação de Padilha, o posicionamento é necessário para que Lula possa participar do processo de pacificação na Venezuela após as eleições. Há conflitos, manifestações e prisões de opositores ocorrendo no país após o pleito.
Oficialmente, o governo brasileiro aguarda a liberação das atas para reconhecer ou não o resultado das urnas na Venezuela. Ontem (30), em entrevista à TV Centro América, do Mato Grosso, Lula reforçou a posição, mas disse não haver "nada de grave" ou "assustador" no pleito.
O ministro citou ainda tratar-se da mesma posição adotada por outros países, como Colômbia, México e Estados Unidos. Os EUA, porém, já demonstraram preocupação com a possibilidade de fraude.
PT reconhece reeleição de Maduro
Padilha também comentou a nota emitida pelo PT que reconheceu a legitimidade da eleição venezuelana e a reeleição de Maduro, mesmo sem a divulgação das atas e com suspeitas de fraude sobre o resultado.
"O PT tem autonomia. Até por ser o presidente Lula uma pessoa democrática, por defendermos a democracia, os partidos têm autonomia. Nós não somos um país onde o presidente manda no partido, ou o partido manda no presidente", enfatizou.
Segundo o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, o PT, ao qual é filiado, tem legitimidade para se posicionar da forma como decidir, mas afirmou que o posicionamento não reflete a visão oficial do governo brasileiro.
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