O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), contou, ontem, com a presença de seu principal cabo eleitoral, Jair Bolsonaro, no primeiro dia de agenda pública pela corrida à Prefeitura do Rio de Janeiro. O ex-presidente reiterou seu apoio ao aliado e afirmou que ele está "pagando o preço pela coragem". Os dois são alvos de uma investigação da Polícia Federal (PF) sobre o uso da Abin para espionagem de desafetos, adversários e críticos ao governo anterior.
Trata-se de um primeiro evento para mobilizar a militância bolsonarista em função não apenas da investigação sobre a chamada Abin paralela, mas, também, pelos inquéritos nos quais o ex-presidente está envolvido. Bolsonaro foi indiciado no último dia 4, junto com 11 pessoas, no esquema de desvio e venda de joias e presentes que deveriam ter sido agregados ao patrimônio da Presidência da República.
O evento com Ramagem foi na Praça Saens Peña, na Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro. Bolsonaro subiu no trio elétrico com Ramagem, no qual estavam também o governador do estado, Cláudio Castro (PL), o senador Flávio Bolsonaro (PL-SP) e o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).
"O Ramagem, que conheci na transição de 2018, já começa a pagar um preço alto pela sua ousadia de querer pensar, sonhar e administrar uma cidade com respeito, com honradez e com orgulho", defendeu Bolsonaro.
Em tom de campanha eleitoral — que começa apenas em 16 de agosto —, o ex-presidente disse que fez o discurso para mostrar "possibilidades" ao Rio. "Aqui não é campanha política, não é comício. É uma rápida passagem do que foi o meu mandato, do que nós estamos apresentando como possibilidades para o Rio de Janeiro", afirmou.
No comício, Ramagem defendeu a eleição de uma "Câmara Municipal de direita" e que atuará para que Bolsonaro seja eleito novamente — apesar de o ex-presidente estar inelegível até 2028. "Em 2024 e 2026, temos que mostrar a força nas eleições para, em 2026, fazermos mais deputados, mais senadores, governadores e, se Deus quiser, acreditem, vamos fazer novamente Jair Messias Bolsonaro presidente", ressaltou. Castro também discursou e disse que será "liderado" pelo ex-presidente até o fim de seu mandato.
Saiba Mais
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br