Governo

Em Ceilândia, Anielle Franco anuncia R$ 1,6 milhão para organizações

Ministra da Igualdade Racial visita a cidade e informa que recursos serão para fortalecimento de entidades no país que atuam por justiça social e combate ao racismo

A ministra Anielle Franco esteve na Casa Akotirene, em Ceilândia, onde anunciou recursos para entidades -  (crédito: Andressa Almeida)
A ministra Anielle Franco esteve na Casa Akotirene, em Ceilândia, onde anunciou recursos para entidades - (crédito: Andressa Almeida)

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, anunciou, nesta sexta-feira, o lançamento do edital que vai destinar R$ 1,6 milhão para o fortalecimento de Organizações da Sociedade Civil (OSC) pelo país que atuam por justiça social e combate ao racismo. A divulgação ocorreu na visita da titular da pasta à Casa Akotirene, em Ceilândia.

A agenda fez parte da comemoração do mês das Mulheres Negras e começou na sede do projeto Jovem de Expressão, que tem como objetivo promover a saúde de pessoas entre 18 e 29 anos. Em seguida, a ministra esteve no quilombo rural Casa Akotirene, onde participou de uma roda de conversa com mulheres negras e anunciou o edital de apoio a entidades.

De acordo com Anielle, a meta é selecionar 20 organizações da sociedade civil que atuem no combate ao racismo, no acolhimento de vítimas de crimes raciais e na incidência internacional em mecanismos multilaterais para promoção da justiça racial. "Vamos lançar no nosso site (do ministério), ainda no mês de julho. A ideia é contemplar 20 organizações, cada uma com o valor de R$ 80 mil. A gente sabe que muitos desses lugares sobrevivem com isso ou menos", afirmou. "Quanto mais pessoas estiverem desenvolvendo igualdade pelo país, mais justiça social será feita."

Na roda de conversa, Anielle explicou que, para participar da seleção, as entidades deverão submeter os projetos para os quais desejam obter financiamento, detalhando a finalidade e o público-alvo. A iniciativa será uma parceria da pasta comandada pela ministra com a Universidade Federal Fluminense (UFF).

"A nossa caminhada só faz sentido porque ela é coletiva. A nossa caminhada só faz sentido se estarmos juntos. Venho da favela da Maré, com muito orgulho, filha de uma mãe nordestina, que vai pro Rio ainda nova, com meu pai, e ensinou tudo que a gente é hoje", relatou Anielle. "Tudo que eu sou hoje eu devo muito à minha família e é por isso que eu sempre gosto de, se tiver alguém que está nessa batalha há muito tempo, eu convido para estar do lado, porque sozinhos não vamos a lugar nenhum."

Mulheres empreendedoras e dirigentes de projetos sociais de Ceilândia e do Sol Nascente estiveram no evento e participaram do bate-papo descontraído com Anielle. "A gente quer ver a juventude negra viver, a gente quer ver os nossos jovens alcançarem seus sonhos, a gente quer ver nossas mulheres alcançarem seus sonhos também", disse Joice Marques, gestora da Casa Akotirene.

A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) e os distritais Max Maciel (Psol) e Chico Vigilante (PT) também compareceram. Eles ressaltaram a importância desses espaços, objetos do edital do ministério, e destacaram o protagonismo da Casa Akotirene na vida e na formação de jovens de Ceilândia e Sol Nascente.

"Aqui é um quilombo em sua essência, na busca pela liberdade, para construirmos nossos territórios. Aqui, é um ponto de construção de tranças para que a gente possa construir as trincheiras de proteção da vida", frisou Kokay.

Em seguida, o deputado Max Maciel levou a ministra para conhecer partes históricas de Ceilândia, incluindo a caixa d'água, o Estádio Abadião e a feira central. "A Ceilândia é um lugar que ainda sofre com a discriminação. Não se podia dizer que morava na Ceilândia se quisesse trabalhar em Brasília. Portanto, ter a ministra aqui nos ajuda muito, especialmente com todo o trabalho social que ela faz com as mulheres", afirmou o deputado Chico Vigilante.

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postado em 13/07/2024 03:55
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