O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) aparece como peça-chave na investigação da chamada "Abin paralela", que apura uso da Agência Brasileira de Inteligência para espionagem ilegal durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Segundo a Polícia Federal, os envolvidos combinaram de marcar um dos fihos do ex-presidente em postagens nas redes sociais com fake news que miravam adversários políticos.
A PF interceptou diálogos em que os investigados acertaram de marcar Carlos Bolsonaro em publicações que atacavam o senador Alessandro Vieira (MDB-SE). "Vamos difundir isto. Pede pra marcar o CB (CARLOS BOLSONARO)”, escreveu o agente da PF Marcelo Araújo Bormevet, que estava cedido para a Abin na época.
A mensagem foi respondida por Giancarlo Gomes Rodrigues, do Exército e que também estava cedido para a agência. “Já estou municiando o pessoal", disse.
Segundo a PF, a “difusão da desinformação ocorria com a devida ‘marcação’ de integrante do NÚCLEO-POLÍTICO CB - CARLOS BOLSONARO”. Em outra mensagem, Giancarlo reitera: “Acho que merece uma Thread marcando o Carlos Bolsonaro...”
Os investigadores apontam que “as ações clandestinas ocorreram em represália às ações do Senador da República no exercício de seu cargo”.
Nesta quinta-feira (11/7), a Polícia Federal realiou a 4ª fase da Operação Última Milha, que visa desarticular organização criminosa criada para o monitoramento ilegal de críticos ao governo Bolsonaro com produção de notícias falsas e utilizando-se de sistemas da Abin.
O vereador Carlos Bolsonaro já havia sido alvo de busca e apreensão da PF na fase anterior. A suspeita é de que assessores dele pediam informações para o ex-diretor da Abin e hoje deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) — que é próximo da família Bolsonaro.
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